terça-feira, novembro 13, 2018
Leptospirose matou mais que chikungunya e hepatites no Ceará
Transmitida pela urina de animais roedores, principalmente ratos, a
leptospirose preocupa a Vigilância Sanitária do Ceará. Neste ano, entre janeiro
e outubro, o Estado confirmou 44 casos da doença, sendo 33 em Fortaleza. O
número já é maior do que todo o ano de 2017, quando foram contabilizadas 27
ocorrências. No entanto, outro dado alerta a área médica cearense: o total de
mortes aumentou 125% em menos de 12 meses. Em 2017, foram quatro mortes, e
neste ano, nove. Todas na Capital.
Esse cenário é pior do que a soma de óbitos causados pelas Hepatite
B, com duas mortes; Hepatite C, com seis; e Chikungunya, com um óbito. As
informações são da Planilha de Doenças com Notificação Compulsória, da
Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) e do Boletim Epidemiológico do Ministério
da Saúde (MS).
Ainda segundo o MS, o País somou, em dez meses deste ano, 1,8 mil
confirmações da doença. No Nordeste, Pernambuco lidera, com 139 casos; o Ceará,
vem em segundo, com 44; e a Bahia, com 40 ocorrências. No Brasil, São Paulo
soma 317 registros positivos para a doença; o Rio Grande do Sul, 280; e o
Paraná, 211.
Bactéria
A doença infecciosa é causada por uma bactéria chamada Leptospira,
presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem
principalmente no período chuvoso. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer
e transmitir a enfermidade. Durante as enchentes, a urina dos ratos, presente
nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que
tiver contato com a água ou lama pode se infectar.
O infectologista, Anastácio Queiroz, explica que as leptospiras
penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e
também pela pele íntegra, imersa por longos períodos na água ou lama
contaminada. O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode
resultar na infecção. Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a
enfermidade pelo contato com a urina, sangue, tecidos e órgãos de animais
infectados.
Os sintomas da leptospirose são mal-estar, febre, dor de cabeça e
no corpo, sobretudo na batata da perna. Os mais frequentes são parecidos com os
de outras doenças, como a gripe e a dengue, podendo também ocorrer vômitos,
diarreia e tosse. Nas formas mais graves geralmente aparece icterícia
(coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados
especiais em caráter de internação hospitalar. O doente pode apresentar também
hemorragias, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória, que podem
levar à morte.
"O período de incubação da doença é de até 30 dias, mas os
sintomas podem se manifestar logo nos primeiros dias depois do contato com a
água contaminada", explica o infectologista Anastácio Queiroz.
Os casos leves são tratados em ambulatório, frisa o médico, mas os
casos graves precisam ser internados. A automedicação não é indicada, pois pode
agravar a doença. Ao suspeitar da patologia, a recomendação é procurar um médico
e relatar o contato com exposição de risco.
Entre as medidas de prevenção, estão ampliação da oferta do
saneamento básico, melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores.
Outra orientação importante é evitar o contato com água ou lama de enchentes e
impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na
limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas
ou sacos plásticos nas mãos e pés.
Diário do Nordeste
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