Obras de Pereiro e Iracema ainda estão paralisadas
Os canos da adutora de Pereiro, que foram instalados próximo à
rodovia BR-226, apresentam vários trechos danificados por acidente com veículos
e por ação humana ( Foto: Honório Barbosa )
00:00 · 27.01.2018
Pereiro. A implantação de Adutoras de Montagem Rápida (AMRs) em
caráter emergencial tem sido uma solução para o abastecimento de dezenas de
centros urbanos. Desde o início da crise de escassez de chuva, em 2012, o
governo do Estado implantou várias no Interior cearense. Por meio da rede de
canos, a água captada em açudes, às vezes distantes, chega às estações de
tratamento e é distribuída aos moradores. Esse sistema evita o desperdício e
também a contaminação do recurso hídrico quando escorre pelo leito natural dos
rios.
Dnocs começa a implantar mais três adutoras no Interior
Em agosto de 2016, a implantação das adutoras deixou de ser
responsabilidade da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do governo do Estado
e passou para o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), por
determinação do Ministério da Integração Nacional.
Na prática, a interferência política na questão da seca resultou em
atrasos, falta de recursos e problemas operacionais, que deixaram pelo menos
duas adutoras inacabadas: Pereiro e Iracema. Estas duas integram o primeiro
lote de dez unidades anunciado e iniciado em dezembro de 2016 sob a
responsabilidade do Dnocs. As demais foram implantadas em São Luiz do Curu, São
João do Aruaru, Tamboril, Apuiarés, Vila Mineiro e Chorozinho - Triângulo e,
segundo o órgão, estariam em operação.
As adutoras de Pereiro e Iracema tinham de prazo de 180 dias,
segundo o projeto técnico, mas já se passou um ano e dois meses e ainda não há
previsão de quando serão concluídas.
O Dnocs, por meio de nota, informou que a tubulação da adutora de
Pereiro encontra-se assentada, faltando apenas construções das estações
elevatórias e que houve um encerramento do contrato com a empresa responsável
pela obra por falta de cumprimento do prazo de execução. O órgão disse que vai
retomar o serviço remanescente "o mais rápido possível".
Já com relação à adutora de Iracema, o atraso na conclusão deve-se
ao alargamento da via de acesso principal à cidade, pois, segundo o Dnocs,
houve necessidade de deslocamento do trecho, mas a conclusão do projeto
ocorreria em breve.
Destruição
Os canos da adutora de Pereiro, que foram instalados próximo à
rodovia BR-226, apresentam vários trechos danificados por acidente com veículos
e por ação humana. A obra deveria ter sido concluída em junho de 2016, mas até
hoje permanece inacabada e sem prazo de conclusão. O projeto inicial previa a
captação de água diretamente no Rio Jaguaribe, na localidade de Mapuá,
bombeamento para subir a Serra de Pereiro, até a Estação de Tratamento de Água
da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), em uma distância total de
36Km.
Além de canos rompidos e quebrados, observa-se que, na localidade
de Mapuá, zona rural de Jaguaribe, que a rede de dutos ainda está incompleta e,
onde seria o ponto de captação de água, com instalação de sistema de
bombeamento nada foi feito. O pior: o Rio Jaguaribe, que recebe cada vez menos
água do Açude Orós. "Se não chover bem neste ano, o Orós e o rio vão secar
e de nada vai adiantar a adutora. Foi dinheiro do povo jogado fora",
lamentou a vereadora Leni Freitas.
Os moradores estão sofrendo com a falta de água. "São famílias
pobres que pagam até R$ 40 por mil litros de água potável para o consumo
humano, pois a água dos pipas não serve para beber", lamentou a vereadora
Leni Andrade, que tem lutado muito para que a adutora seja concluída. "Já
promovemos audiência pública, visitamos o Dnocs várias vezes, mas até agora,
nada", observou. "O que está acontecendo com Pereiro é um absurdo, o
povo sofre, abandonado, e até a Defesa Civil deixou de fornecer água para a
cidade por meio dos caminhões. Só a Operação Pipa do Exército abastece a zona
rural".
Fonte; Rilmar Cavalcante
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