
A Blincyto foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) há 90 dias, mas precificada somente na quarta-feira passada,
conforme o responsável pelo tratamento do paciente no hospital São Camilo e
pós-doutor em hematologia, Ronald Pinheiro. “A droga já foi usada no Brasil em
teste laboratoriais ou sem seguir as regras da Anvisa, mas de acordo com a legislação
brasileira, é a primeira vez”, frisa.
O tratamento foi iniciado às 17 horas da sexta passada e já
apresentou resultados impressionantes, com queda de células leucêmicas de 70
mil para 4.500 - em apenas quatro dias. No Brasil, esse tratamento só foi
liberado para idosos, mas também é eficaz em crianças, que são curadas em 80%
dos casos.
“A utilização é para leucemia linfocítica aguda, quando não tem
mais possibilidade de ser feita a quimioterapia tradicional. A gente chama de
vacina, mas o nome certo é imunoterapia”, explica Ronald. O nome do paciente,
bem como a idade, é mantido em sigilo por ética médica.
O tratamento, além de caro, costuma dar reações anafiláticas fatais
e requer atenção continuada da equipe médica. “Uma dose, por dia, tem nove
microgramas. Um miligrama tem 1.000 microgramas. Tem nas primeiras semanas
risco de óbito de 19%, por isso, é muito perigosa e requer tanto cuidado. Tem
que colar no paciente”, afirma Ronald.
Vantagens
A grande vantagem, ainda de acordo com Ronald Feitosa, é o duplo
mecanismo no tratamento com a substância. “Tem um estudo randomizado, publicado
em 2016, na New England Journal of Medicine, que mostra que é muito mais
efetiva que a quimioterapia tradicional. Tanto mata célula leucêmica doente,
como estimula o sistema imunológico a atacara a célula da leucemia. Não podemos
ainda falar em cura, mas o grande benefício é prolongar a sobrevida”, completa.
Por: O Povo
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