
Outro avanço foi a recuperação do 3º lugar no ranking brasileiro de
doadores por milhão de população (pmp). Após cair para a 5ª posição no ano
passado, o Estado contabilizou uma média de 29,7 doadores pmp entre os últimos
meses de janeiro e março, ficando acima da média nacional, que foi de 16,2. As
informações são da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
Em 2018, o Ceará obteve destaque nacional pelo aumento do número de
transplantes de fígado. Nos primeiros três meses desse ano, houve crescimento
de 28,3% em relação a igual período de 2017. Com isso, o Estado se tornou o
segundo do País em quantidade de cirurgias por milhão da população. Houve,
ainda, desempenho positivo no total de transplantes de rins do primeiro
trimestre, que subiu 18,75% se comparado aos registros do mesmo intervalo de
tempo do ano passado.
Comissões
A coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa,
destaca que os avanços são resultado dos esforços empreendidos pelas equipes de
rede estadual de transplantes. "Esse aumento vem da participação e do
trabalho árduo das nossas comissões intra-hospitalares de transplantes. Além
disso, a cada ano, a sociedade fica mais conscientizada, mais esclarecida em
relação ao processo de doação. Consequentemente, ela doa mais", destaca
Eliana.
O engajamento das equipes envolvidas no processo de captação e a
solidariedade da população cearense são evidenciados nos dados da ABTO.
Conforme a entidade, de janeiro a março deste ano, 38,77% dos possíveis
doadores de órgãos se transformaram em doadores efetivos. O percentual do
Estado é o terceiro maior do Brasil.
Segundo a coordenadora, uma das principais conquistas da Central ao
longo de duas décadas de fundação foi zerar a fila de espera por transplante de
córneas. A meta foi alcançada em 2016 e, hoje, o Ceará disponibiliza córneas
captadas para outros estados.
"Mesmo tendo zerado a nossa fila, não deixamos de entrevistar
e oferecer às famílias a oportunidade de doar as córneas. Então, estamos
disponibilizando para outros estados para que possam diminuir a fila deles.
Isso mostra que a solidariedade do povo cearense ultrapassa os nossos
limites", diz.
Metas
Eliana Barbosa afirma que a meta atual da Central de Transplantes é
reduzir as negativas familiares, um dos maiores impasses para a concretização
de procedimentos em todo o País. Nos últimos anos, a taxa de negativas no Ceará
tem variado entre 38% e 40% das entrevistas. "Nosso grande desafio é
diminuir mais esse número para que fique em torno de 30%. Quem sabe, chegar ao
patamar da Espanha, onde a negativa fica em torno de 15% a 20%", afirma a
coordenadora. "Outra meta é, a cada ano, aumentar de 1 a 1,5 o número de
doadores efetivos por milhão da população. Com esse crescimento, vamos aumentar
consequentemente o número de transplantes", acrescenta.
Homenagens
Para comemorar os 20 anos de existência, a Central de Transplantes
homenageia, nesta quinta-feira (28), instituições que colaboraram para o
fortalecimento da rede estadual de captação e transplantes de órgãos.
"Todas as conquistas só foram possíveis pela participação direta e
indireta, no processo de doação, das comissões hospitalares, da própria equipe
da Central, dos centros transplantadores e de serviços auxiliares, como os
laboratórios de sorocompatibilidade", ressalta Eliana Barbosa.
Neste ano, a campanha Doe de Coração, criada pela Fundação Edson
Queiroz e apoiada pelo Diário do Nordeste, chega à sua 16ª edição. A
mobilização acontece anualmente durante o mês de setembro, sensibilizando a
população para a doação de órgãos por meio de ações e veiculação de materiais
sobre o tema em jornais, portais de notícias e emissores de rádio e TV.
Fonte: Diário do Nordeste
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