Os trabalhadores dos Correios entraram em greve, com adesão de 28
dos 31 sindicatos vinculados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect). É a segunda greve realizada este
ano. Os estados que não aderiram ao movimento (Acre, Rondônia e Roraima) têm
assembleias previstas até amanhã (21) e a perspectiva da Fentect é que eles
participem da paralisação.
De acordo com os Correios, a paralisação é parcial e não afeta os
serviços da empresa. “Até o momento, todas as agências, inclusive nas regiões
que aderiram ao movimento paredista, estão abertas e todos os serviços estão
disponíveis”, informou nota enviada pela empresa. Nos locais onde houve
paralisação, a empresa já colocou em prática o Plano de Continuidade de
Negócios, de forma a “minimizar os impactos à população”. Ainda por meio de
nota, os Correios informam que a greve está concentrada na área de distribuição
e que um levantamento parcial feito na manhã de hoje (20) indicou que 93,17% do
efetivo total da empresa está presente e trabalhando – o que, segundo os
Correios, corresponde a 101.161 empregados.
O processo de negociação entre empresa e trabalhadores já dura
cerca de 50 dias, segundo a Fentect, que reivindica reajustes salariais de 8%.
“Até agora a empresa não apresentou nenhuma proposta no âmbito econômico. O
único retorno que temos está relacionado à retirada de direitos como
assistência médica, indenizações por acidente de trabalho e suspensão de férias”,
disse à Agência Brasil a diretora de Comunicação da Fentect, Suzy Cristiny. Ela
esclareceu que a empresa só está autorizando as férias quando está perto de
elas se tornarem compulsórias, “em geral no 23º mês trabalhado”.
Nas negociações, foi aventada a possibilidade de instaurar um banco
de horas, em que a jornada poderia variar conforme a demanda de trabalho. A
proposta desagrada aos trabalhadores “porque, além de resultar no não pagamento
de horas extras, provocará situações como a dispensa de trabalhadores em
horários de menor movimentação para, depois, serem cobradas as reposições”,
avaliou Suzy.
A empresa, no entanto, nega ter proposto o corte dos benefícios e
disse que o que está em jogo é um processo de negociação. De acordo com a
assessoria de imprensa, os Correios apresentaram uma proposta de manter o
último acordo coletivo vigente até o final do ano. A data-base é de agosto mas,
segundo a empresa, como é nesse período que as do acordo coletivo se acentuam,
não caberia, em sua opinião, qualquer tipo de paralisação até se esgotar a
prorrogação.
Com informações da Agência Brasil
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