segunda-feira, agosto 14, 2017
3º CAVALGADA DE PEREIRO-CE DIA 27 DE AGOSTO DE 2017
O ano era 2015, o meu
desconhecimento, evidentemente, era inusitado ante o desafio novo que teríamos
de enfrentar. O sol abrasador no Sítio Tomé Vieira, um grupo de pessoas
querendo aprender e a entender esse fenômeno social e cultural, que a mim
chamava atenção. É claro que já ouvira falar nesse passeio a cavalo - chamada
cavalgada -. Inicialmente, algo importante me atraio pela simplicidade daquele
quadro tão nordestino. Os cavaleiros e amazonas, homens e mulheres, também,
alguns jovens e crianças, meramente, uma multidão cheia de fé e amor, para mim,
nunca visto antes. Era ali, a minha primeira experiência, que vivi de
complexidade ante um cenário de rara beleza.
Como queríamos, era o
nosso escopo, fazer a primeira cavalgada em Pereiro, então, comecei a conversar
com os cavaleiros e convidá-los para se fazer presente, em agosto na semana do
município, no aniversário de 125 anos de emancipação política. Observamos tudo,
o que era preciso para construir esse sonho, sabendo das dificuldades, até então,
totalmente, além da compreensão nossa.
Fomos em frente e sempre construindo uma
ideia realística da possibilidade plausível em nossa aventura? Que as chances
eram viáveis. Surge a primeira pergunta quanto custa? Para mim era uma
preocupação. Como atender bem, para conquistar a confiança de todos. A festa
continuava. Entre os aboios de Lula, particularmente, a mim, o canto poético de
um homem rústico sem nenhuma formação, pois, vim saber, depois pelo mesmo, que
não sabia ler nem escrever. Tudo me encantava e me deixava cada vez mais
entusiasmado. Estava presenciando algo da inocência criatividade que o homem é
capaz. Comprovadamente, a raiz do povo nordestino, de uma nação de homens
fortes, que dava vida em sua plasticidade açoitada pela seca inclemente, que a
tudo de feio cercava aquele baixio de habitantes de quilombola.
Foi uma experiência que
marcou a todos. Ficaram as imagens enigmáticas daquele domingo festivo. A fé
estampada daquele povo, de tamanha felícia nada comparável, não é de estranheza
os motivos, ali, era como a redenção daquela gente. Se fossemos aprofundar a
história vivida desde de seus antepassados, teríamos momentos no mister
tristeza e alegria. Todas essas coisas enraizada na minha mente fluía célere
numa concepção fora do mundo modernizado que é anunciado pela falta de
responsabilidade de nossa cultura popular. Enxerguei além, vi o caminho de uma
nova luz para minha vida. Como lente, por mais de 40 anos, a descoberta pura
para impulsionar minhas ideias, que até então, adormecidas na inércia das
cogitações puramente filosóficas. A cultura do regional para o universal
unia-se e dava sentido na estrutura da valorização do homem com a natureza.
Pasme a descoberto tão
rica desses eventos culturais. Vi-me em um choque, o qual só tinha conhecimento
através dos livros. Posso dizer que minha vida começou a se transformar
procurando algo que deixei de vivenciar. Acreditei que poderia trazer essa
cultura para Pereiro, não estava errado, pois, o nosso primeiro evento alcançou
mais do que todo grupo esperava. Os pereirenses alhures acompanharam pelas
redes sociais na ardência saudade a nossa primeira cavalgada.
Chegamos a vila dos
bastiões, a grande cavalgada da região, lá, tivemos acesso maior aos cavaleiros
e uma interação do corpo a corpo. Foi aí que comecei a acreditar na viabilidade
do projeto. É bem verdade que, aquele território de formação de homens fortes e
corajosos precisava de um marketing convincente e verdadeiro. Usei o que tinha
aprendido ao longo da minha vida, deixei a razão de lado, procurei ser mais
verdadeiro, dizer o que o coração falava, que as emoções mais profundas se
fluírem na espontaneidade do sentido puro, pois, deste modo, tinha inicia
tarefa nova em minha vida de conhecer o coração de cavaleiros e amazonas.
Não conhecia esse
tecido social, há não ser pela leitura que já me dava um pouco de segurança.
Ante aquela gente, quando servia o almoço, tive a felicidade de falar para
maioria dos cavaleiros de maneira firme e humilde, que precisa de apoio diante
da inexperiência que existia no grupo em querer realizar a primeira cavalgada,
em Pereiro, usei as palavras certa: a subserviência mais com elegância de um
professor que procurava o objeto de estudo, isto é, as raízes esquecidas pelos
meios culturais elitistas. Naquele momento de conversas soltas, entre os
participantes, pasme o inusitado, o silencio, e todos me ouviam, momento raro
em minha vida. Quando me dirigir para o foco central do evento, onde a festa
eletrônica das bandas de forrós, em alto som, execução característica da música
nordestina eclodia pelo vilarejo. Seguia eu cumprimentando a todos.
Os bastiões deixavam uma
boa imagem para o sonho que pretendíamos realizar. Uma banda se destacou das
outras de nome genuíno, Sala de Reboco, de propriedade de senhor que chamamos
carinhosamente de Dedé, que nestes dois anos se torno parceiro de nossa
família. As coisas caminhavam em um clima de felicidade, os obstáculos eram
enfrentados com otimismo, não havia lugar para pessoas de ideias pessimistas.
No princípio foi fácil enfrentar as dificuldades e difícil o diagnóstico, no
decorrer do tempo, se aproximando o grande dia, fora diagnóstica que se
tornaram fácies e difícil as dificuldades à frente. Nas duas últimas semanas
tínhamos que resolver de onde era saída e a chegada. Tinha que traçar o
percurso quando antes, por isso, não contemporizei o problema e enfrentei de
imediato. O lugar de consenso era inóspito para o evento, amontoado de pedras
que somente máquinas potentes eram capazes de removê-las. Com ajuda do
Secretário de Obras, De Assis Pinheiro, foi construído um terreno quase plano,
que ficou totalmente exposto ao sol, o pior, era o pó avermelhado que levantava
naquela abafada tarde de agosto. Com todos esses percalços tudo correu bem no
dia da festa.
Na manhã do evento
quando partimos e o trio do Mercantil Superqueiroz, nosso abre ala, por onde
passava encantava e os locutores Primo Gilson saudava os cavaleiros e criadores
de animais lembrando como esse meio de transporte transportava nossas riquezas.
A pé, caminhando por todo percurso, o animado Mazzaropi com suas tiradas
engraçadas arrancava o riso da minha gente. As emoções eram tantas pelas ruas,
ouvia-se aplausos e olhos lagrimejantes e fora pela primeira que um evento de
união das pessoas de credos, de fações políticas diferentes, outros seguimentos
da sociedade. Fomos creditados como um dos maiores eventos realizado em
Pereiro, em seus 125 anos de emancipação política. De nossa parte procuramos
não transgredir os costumes tradicionais, pelo contrário, buscamos sim,
resgatar os valores esquecidos e adaptamos a modernidade outros.
Realizamos, em parte, os
sonhos de muitas pessoas; sonhos de conquistas e de desejos pessoais e do
coletivo, seja qual for o seu, sentimos honrados por levar paz e felicidade.
Mas, é muito comum no calor da glória a criatura voltar-se contra o criador.
Esse fato não decorre da ingratidão, ela faz parte da dinâmica do processo do
poder. Temos hoje a consciência contra quem se doa numa adesão pelo espaço
somente da conquista. Como diz a linguagem popular: ”tentaram um passo maior do
que a perna e caíram do cavalo”.
Talvez, tudo isso que foi feito serviu como
aprendizagem para renovar em esperança futura. A responsabilidade foi grande e
o alívio foi maior ainda. O marco da transição na história das cavalgadas cabe
a nós, e já no primeiro evento pela renovação e pela introdução de valores
culturais regionais. Por trás de tudo isso, certamente, teve a competência do
casal Jobenemar e Ronisalba, a estes, a plasticidade contemporânea, de que
cavalgar não era somente esse encontro de cavaleiros e amazonas, mas, mostrar
outros valores que agregamos no embelezamento, pois, o que tradicionalmente
impulsiona é a grande fé nascida, a mística em suas crenças e a adoração ao
sobrenatural. Em nosso enredo louvamos as grandes personagens da cultura
nordestina, em todos os diversos seguimentos representativos do nosso folclore.
Mostramos o que poderia
ser feito e esperançoso da próxima aventura.
ANTÔNIO RILMAR CAVALCANTE
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