Por Francisco Filho – Repórter da Folha Serra TV
Iracema, CE — Em pleno século XXI, enquanto o mundo fala sobre 5G e avanços na conectividade, a realidade dos moradores da região da Serra dos Bastiões, no município de Iracema, Ceará, é de descaso, abandono e silêncio digital. As torres da operadora Vivo, instaladas na região, estão completamente sem manutenção, cercadas pelo mato, com luzes de sinalização apagadas e equipamentos deteriorados.
Durante o período chuvoso, a situação piora: o sinal simplesmente desaparece. Segundo relatos de moradores e técnicos locais, as baterias de suporte das torres não funcionam, o que deixa toda a comunidade sem acesso à telefonia e à internet móvel sempre que há falta de energia.
“A torre está no meio do mato, com o farol apagado. Quando falta energia, é como se a torre nem existisse. Fica tudo mudo. Nem ligação de emergência dá pra fazer”, relata seu Antônio, morador da região há mais de 20 anos.
Falta de fiscalização e responsabilidade
A ausência de manutenção levanta um alerta grave: onde estão os órgãos fiscalizadores? A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), responsável pela regulação do setor, e os representantes estaduais e municipais precisam atuar urgentemente. É inadmissível que equipamentos de infraestrutura crítica estejam largados, colocando a população em risco e comprometendo o desenvolvimento local.
Além disso, a falta de luz de sinalização nas torres é um risco aéreo, especialmente em áreas elevadas como a Serra dos Bastiões, podendo comprometer a segurança de voos agrícolas e helicópteros.
Vivo permanece em silêncio
A equipe da Folha Serra TV procurou a assessoria da Vivo, que até o momento não se pronunciou sobre a situação específica de Iracema. Moradores afirmam que já fizeram denúncias e pedidos de reparo, mas nada foi feito até agora.
A voz do povo
Com escolas, comércios e até unidades de saúde dependendo de internet e comunicação móvel, a falta de sinal vai além de um transtorno — é uma violação de direitos. Sem sinal, não há acesso a serviços bancários, educação online, atendimentos médicos à distância e sequer chamadas de urgência.
A população clama por respeito, fiscalização e ação imediata. A reportagem continuará acompanhando o caso e cobrando providências da Vivo, da Anatel, da Prefeitura de Iracema e de todos os órgãos competentes.
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