segunda-feira, janeiro 18, 2016
Classe A tem maior fatia da renda do país
A
distribuição de renda no Brasil é pior do que se imaginava. Um estudo elaborado
pela Tendências Consultoria Integrada mostrou que a classe A – famílias com
rendimento superior a R$ 14.695 – detém uma fatia ainda maior da massa de renda
nacional.
O
levantamento elaborado pelos economistas Adriano Pitoli, Camila Saito e Ernesto
Guedes foi feito com base nos dados da Receita Federal e mostrou que as 2,5
milhões de famílias da classe A são responsáveis por 37,4% da massa da renda
nacional. Nos dados mais conhecidos, obtidos por meio da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio (Pnad), estimava-se que os mais ricos tenham 16,7% da
renda nacional.
Os
economistas chegaram ao novo número sobre distribuição de renda com base numa
espécie de Pnad ajustada. O ajuste foi feito analisando a renda de duas formas.
Para as famílias com ganhos de até cinco salários mínimos, foram utilizados os
dados tradicionais da Pnad. Para as faixas mais ricas, o estudo levou em conta
as declarações de Imposto de Renda.
“Todo mundo
sabia que a desigualdade de renda no Brasil era enorme, mas ela é muito maior
do que se imaginava”, afirma Adriano Pitoli.
A vantagem
de analisar os dados da Receita para as classes mais ricas é explicada pelo
fato de a Pnad ser declaratória e, portanto, limitada para mensurar dados
envolvendo fontes de renda com ativos financeiros e aluguéis.
“As
pesquisas declaratórias (como a Pnad) são ineficientes para capturar a renda de
aplicações financeiras, aluguéis e ganhos de capital”, afirma Pitoli. “Na verdade,
ninguém tem esses números de cabeça.”
O exercício
da Tendências deixa evidente a dificuldade da Pnad em apurar o tamanho da
desigualdade brasileira. Nas famílias com renda entre cinco e dez salários
mínimos, a massa de renda apurada pela Pnad é 13% menor do que mostra o dado da
Receita Federal. A diferença é crescente conforme o topo da pirâmide se
aproxima.
Na faixa de
brasileiros com ganhos acima de 160 salários mínimos a massa de renda captada
pela Pnad é 97% menor do que os dados obtidos pela análise do Imposto de Renda.
“A
desigualdade com base nos dados da Pnad é menor do que mostram os dados da
Receita”, afirma Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas
Públicas do Insper. “Existe uma dificuldade da Pnad em captar a renda da fatia
mais rica da população.”
O estudo da
consultoria Tendências também chegou a outras duas conclusões relevantes: o
abismo entre as classes sociais é maior do que se imaginava e as classes A e B
são um pouco maiores do que indicavam as pesquisas tradicionais.
Pela Pnad
tradicional, a classes A responde por 2% do total das famílias brasileiras, e a
classe B, por 12,6%. Nos dados ajustados pela consultoria, a fatia das classes
aumenta para 3 6% e 15%, respectivamente.
Com relação
ao distanciamento entre as classes sociais, o estudo da consultoria apontou que
a renda das famílias da classe A é 40 9 vezes maior do que as da classe D/E. Na
Pnad original, a diferença apurada era de 23,3 vezes.
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