Trabalhadores dos Correios fazem manifestação em frente à agência
de Iguatu, no interior do Ceará, no primeiro dia de greve da categoria — Foto:
Wandenberg Belém/Sistema Verdes Mares
Funcionários dos Correios no Ceará aderiram à greve nacional da
categoria e pararam as atividades em agências de Fortaleza e em cidades do
estado nesta quarta-feira (11). Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em
Correios, Telégrafos e Similares do Ceará (Sintect-CE), servidores de outras
unidades no estado devem reforçar a paralisação, fechando as agências.
Conforme o diretor de imprensa sindicato, Cláudio Cruz, ainda não
há confirmação do número de agências e servidores que pararam as atividades
nesta quarta, primeiro dia da greve que ocorre também em outros estados.
Trabalhadores realizam manifestações na sede dos Correios no Centro
de Fortaleza e em frente a agências no interior do estado. Conforme o
sindicato, a principal reivindicação é um aumento salarial de 3,2%, em vez do
reajuste de 0,8% proposto pelo Governo Federal.
O grupo também é contra a privatização da estatal, que foi proposta
no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.
Atualmente, segundo os Correios, há 2.262 empregados ativos no
Ceará. A empresa está presente nos 184 municípios do estado e disponibiliza ao
público 768 pontos de atendimento, sendo 201 agências próprias, além de
agências terceirizadas e comunitárias. Os Correios afirmam que, até o momento,
não há suspensão de nenhum serviço.
Prejuízo de R$ 3 bilhões
Os Correios informaram por meio de nota que participaram de dez
encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando
foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo
dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de
R$ 3 bilhões.
Conforme a direção dos Correios, as federações reivindicam
"propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo
insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela
estatal".
A empresa disse que o principal compromisso da direção é conferir à
sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados
no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população.
Atendimento mantido
Em nota, os Correios informaram que a paralisação não afeta os
serviços de atendimento da estatal. "Levantamento parcial realizado na
manhã desta quarta-feira (11) mostra que 82% do efetivo total dos Correios no
Brasil está trabalhando regularmente. No Ceará, 84,28% dos empregados estão
trabalhando normalmente", informou.
A empresa destaca, ainda, que já colocou em prática medidas para
minimizar os impactos à população, como o deslocamento de empregados
administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a
realização de mutirões.
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