Procedimento realizado em Campinas (SP) em parceria com a
Universidade Federal do Ceará reparou fechamento do canal vaginal da paciente
após redesignação sexual.
Por Fernando Evans, G1 Campinas e Região
Um procedimento inédito realizado na Unicamp, em Campinas (SP), com
técnica desenvolvida no Ceará, usou a pele de tilápia para reconstrução vaginal
de uma mulher trans que apresentou fechamento do canal após a cirurgia de
redesignação sexual. A técnica substituiu a do enxerto com parte do intestino,
mais invasiva, demorada e com período de recuperação maior.
De acordo com o professor Leonardo Bezerra, da Universidade Federal
do Ceará (UFC), responsável por criar o método e aplicação da pele de tilápia
em procedimentos ginecológicos, a cirurgia realizada nesta terça-feira (23), no
Caism, durou três horas, cerca de um terço do tempo do tratamento convencional,
e foi um sucesso.
"A paciente está muito bem, já caminha e urina
normalmente", explica.
No Ceará, cirurgias de reconstrução vaginal com a pele de tilápia
já foram realizadas em mulheres com síndrome de Rokitansky, agenesia vaginal ou
câncer pélvico.
Por conta do sucesso desses procedimentos, a paciente operada em
Campinas havia procurado a equipe do professor Leonardo Bezerra, no Ceará.
Moradora do Interior de São Paulo, ela não teria como se deslocar até Fortaleza
(CE), e a cirurgia foi realizada no Caism.
Segundo Bezerra, o fechamento do canal provoca dores e impedia
relações sexuais. O problema teria ocorrido após a cirurgia de redesignação
sexual mal feita.
"O procedimento demorou três horas porque fizemos com calma, e
também porque havia uma parte remanescente do pênis. A equipe do Caism fez a
secção e depois concluímos a reconstrução", disse.
Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará — Foto:
Viktor Braga/UFC Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará
— Foto: Viktor Braga/UFC
Técnica para uso da pele de tilápia foi desenvolvida no Ceará —
Foto: Viktor Braga/UFC
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