Um golpe realizado por meio do aplicativo WhatsApp fez, pelo menos,
50 vítimas no Ceará, segundo a polícia. Os golpistas clonavam o chip das
vítimas e pediam dinheiro para familiares e amigos para situações diversas. Os
valores transferidos com os golpes variam entre R$ 70 e R$ 80 mil. Conforme a
polícia, a modalidade de crime vem sendo aplicada em todo o país há três anos.
Alguns suspeitos já foram identificados, incluindo o chefe da organização, que
é interestadual.
O grupo já atacou políticos e instituições públicas do Ceará, incluindo
prefeituras. Os crimes estão sendo investigados pela Célula de Inteligência
Cibernética do Departamento de Inteligência Policial (DIP). Cerca de 5 mil
pessoas já caíram no golpe em todo o Brasil, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Julius Bernardo, diretor da Célula, os
maiores valores arrecadados com os golpes vêm de instituições públicas. Os
criminosos usa contas de laranjas para depositar o dinheiro. “É um trabalho
complexo e já ouvimos diversas pessoas. Sabemos que o golpe era bem
estruturado, contando com a participação de vários envolvidos”, destacou.
Com as mensagens, os criminosos pediam dinheiro para pessoas
próximas, para situações que vão desde a troca de um pneu, compra de um
eletrodoméstico, até a aquisição de um carro. Para ter acesso à conta de app da
vítima e aos contatos, eles compravam um chip e pediam o resgate de um número
de telefone, que viria a ser o das vítimas pelas quais se passavam mandando as
mensagens.
A polícia acredita que o número de vítimas no Ceará ainda possa ser
muito maior, já que muitas pessoas podem não ter registrado queixa. Ainda
conforme a polícia, há suspeita de participação de funcionários de operadoras
de celular nos golpes.
Prefeito do Crato
O chefe do Executivo no Crato, Zé Ailton Brasil, foi alvo de golpe
com as mesmas características duas vezes este ano. O último ocorreu no fim de
novembro. O prefeito contou que seu número de telefone e, consequentemente, o
aplicativo de mensagens pararam de funcionar repentinamente. E logo em seguida,
pessoas próximas a ele, incluindo assessores e o secretário de Finanças,
receberam mensagens com solicitações financeiras.
Situações semelhantes ocorreram com um comandante da Polícia
Militar e uma funcionária da Perícia Forense de Juazeiro do Norte.
Como se proteger
Para evitar cair no golpe, a polícia recomenda o uso do recurso de
verificação em duas etapas do WhatsApp. Opcional, o recurso exige que a
verificação do número de WhatsApp seja feita acompanhada por um PIN, uma senha
de seis dígitos criada pelo usuário. Além disso, a polícia também reforça que
negociações financeiras não sejam realizadas pelo aplicativo.
CEARÁ
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