quarta-feira, julho 04, 2018
Baixa umidade do ar coloca cidades do Ceará em estado de alerta
Os municípios de Crateús, Juazeiro do Norte e Jaguaribe
apresentaram taxas de Umidade Relativa (UR) do ar classificadas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) como de atenção e alerta, já que atingiram
níveis de 21%, 23% e 19%, respectivamente, no último fim de semana. A
informação é da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme).
Considerando o período das última 24 horas observam-se valores de
umidade do ar em torno dos 30%. Por exemplo, Itapipoca, Sobral, Jaguaruana,
Barbalha e Morada Nova registraram UR mínima de 33% e 35%. As menores taxas, já
consideradas de atenção, aconteceram em Jaguaribe e Crateús, ambas com 28%.
Segundo o Núcleo de Meteorologia da Funceme, os índices mais baixos costumam
ocorrer entre o período das 12h às 15h. No último fim de semana, a previsão
para a taxa referente à umidade relativa do ar no Ceará ficou abaixo dos 30%,
conforme informações da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme). O valor deve voltar a subir na noite desta segunda-feira (2),
indicando, até lá, tempo seco.
Imagens de satélite apontaram pouca nebulosidade sobre o Estado
neste período, um dos motivos que implicam na redução da umidade. Até a próxima
quinta-feira não há condições de chuvas no Ceará, ainda conforme a Funceme.
Porém, existe uma tendência de precipitações para o próximo fim de
semana, ainda associada aos Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOLs), que são
fenômenos típicos desta época do ano e formados na faixa tropical do globo
terrestre, na área de influência dos ventos alísios, e se deslocam desde a
costa da África até o litoral Leste do Brasil.
De sábado para domingo, os municípios de Jaguaribe e Crateús foram
os que registraram níveis mais críticos referentes ao índice, com 19% e 21%,
respectivamente. Em igual período, o nível mais baixo registrado em Fortaleza
foi de 54%. De acordo com estudos da OMS, quando o valor da umidade relativa
fica abaixo dos 30% há estado de atenção; se atingir entre 20% e 12%, ocorre o
estado de alerta.
Considerando o território cearense, o quadro não indica surpresa,
já que junho e julho - meses seguintes ao período da quadra chuvosa no Estado -
costumam apresentar resultados meteorológicos semelhantes todos os anos. Os
picos de redução da umidade relativa do ar acontecem em agosto, voltando a
sinalizar aumento a partir de setembro, quando registra-se maior presença de ventos,
segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Radiação
Por sua vez, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
apontou outro dado importante, referente ao Índice Ultravioleta (IUV) - medida
da intensidade da radiação UV, relevante aos efeitos sobre a pele humana,
incidente sobre a superfície da Terra - calculado para Fortaleza ontem (1º). A
porcentagem ficou em 13%, enquadrado na categoria "Extremo".
"No Ceará, vai ser frequente até o fim do ano o registro de
umidade relativa do ar em torno de 20%", explica o meteorologista da
Funceme, David Ferran. "A partir do mês de julho essa é a tendência, e
isso decorre da ausência de chuvas. O solo e a vegetação ficam mais
secos". O registro de baixa umidade relativa do ar se faz mais notável
principalmente no Interior do Estado e quanto mais distante do litoral menor é
a taxa de UR. "A faixa litorânea geralmente se apresenta mais úmida, ao
longo do ano, em virtude da umidade proveniente da evaporação da água oceânica
e que é trazida para o continente pelos ventos", explicou Ferran.
O meteorologista da Funceme explicou que os municípios interioranos
registram baixos índices, mas em apenas um grupo reduzido há estações de
monitoramento. "Em outras cidades pode até a taxa ser mais baixa, mas não
temos como saber porque não há instrumentos de verificação", pontuou. A
Funceme não tem dados comparativos com anos anteriores de umidade relativa do
ar.
Em agosto de 2017, segundo a Funceme, o município de Iguatu, na
região Centro-Sul do Ceará, registrou a umidade relativa mínima média mais
baixa do Estado, naquele período. Conforme dados da Plataforma de Coleta de
Dados (PCD) instalada na cidade, o índice havia fiado em 13%, o que é
considerado estado de alerta na classificação da Organização Mundial de Saúde.
Já Crateús, Quixeramobim e Tauá registraram umidade mínima média
entre 16% e 18%, também indicando alerta. Os baixos índices de Umidade Relativa
decorrem da época do ano, ao grau de interioridade, ou seja, a distância da
costa, e as condições predominantemente secas do solo e da vegetação diminuindo
a evapotranspiração para a atmosfera.
Precauções
Segundo afirma a dermatologista Maggy Helmut, precauções devem ser
tomadas em quadros como esse para evitar problemas graves na pele. Uma delas é
a atenção com a exposição solar, que deve ser evitada no horário compreendido
entre 10h e 15h.
Além disso, indica-se que a aplicação do protetor solar aconteça
meia hora antes de se expôr ao sol e, depois, a cada duas horas, ou assim que
sair do banho de mar ou de piscina. A sugestão é que o produto tenha Fator de
Proteção (FPS) 30, no mínimo.
"As pessoas também não podem esquecer de aplicar o produto em
áreas como orelhas, pescoço e dorso dos pés. Geralmente, não há um cuidado tão
grande com essas partes do corpo", alerta a profissional.
Abusar do uso complementar de materiais que ajudam a driblar a
incidência de raios UV na pele também é sempre bem-vindo. Bonés e chapéus com
aba longa e óculos escuros com fator de proteção são boas opções, além de
hidratação constante.
Ultravioleta
O Índice Ultravioleta (IUV) é apresentado como um número inteiro.
Conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde, os valores são
agrupados em categorias de intensidades.
Na tabela fornecida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais,
consta que valores abaixo de 2 são enquadrados na categoria "Baixo"; de
3 a 5, "Moderado"; de 6 a 7, indicam valor "Alto";
"Muito alto", número de 8 a 10, e "Extremo" acima de 11.
Fonte: Diário do Nordeste
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