segunda-feira, junho 04, 2018
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Mapa mostra mais de 11 mil assassinados no 1º trimestre do ano no Brasil
Mapa mostra mais de 11 mil assassinados no 1º trimestre do ano no Brasil
Ao menos 11.578 pessoas foram assassinadas nos três primeiros meses
deste ano no Brasil. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo
G1, uma ferramenta que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes
violentos mês a mês no país. O número de vítimas é ainda maior que esse – isso
porque a estatística não comporta os dados de cinco estados, que não divulgam
todos os números. Dois deles não informam os números de nenhum dos três meses.
O número consolidado até agora contabiliza todos os homicídios
dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem
os chamados crimes violentos letais e intencionais. Foram 3.716 casos apenas em
março.
O mapa faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o
Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública.
PÁGINA ESPECIAL: Mapa mostra mortes violentas no país
ANÁLISE DO FBSP: O buraco negro da informação em segurança pública
no Brasil
ANÁLISE DO NEV: Governos frágeis fortalecem tiranias ligadas ao
crime e à polícia que se matam na disputa por poder
METODOLOGIA: Monitor da Violência
Desde o início do ano, jornalistas do G1 espalhados pelo país
solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão
metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um
diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos
governos.
Cinco estados, por exemplo, ainda não possuem todos os dados
referentes a março – no caso do Mato Grosso do Sul, só parte da estatística é
informada. Mais que isso, dois deles (Bahia e Paraná) também não informam os
números de janeiro e fevereiro, mesmo vários meses depois.
Veja a justificativa de cada um deles:
Bahia: a secretaria não detalha a quantidade de crimes mês a mês
nem a tipologia mensal das ocorrências (quantos são homicídios dolosos,
latrocínios ou lesões seguidas de morte). O órgão diz que o setor que trabalha
com o fechamento dos dados não determina um prazo para a conclusão e que,
quando as informações forem liberadas, serão divulgadas. A pasta afirma apenas
que ocorreram, ao todo, 1.993 mortes violentas no estado no período. Já a
Ouvidoria diz que "os dados solicitados ainda estão sendo auditados para
não correr riscos de erro".
Maranhão: a secretaria não informa os dados de março. “O período
obedece ao prazo de três meses legalmente estabelecido pelo Ministério da
Justiça, o qual considera as condições de registro de ocorrências disponíveis
nas unidades federativas do país, como as dimensões territoriais e oferta de
serviço de internet disponíveis nos estados.”
Mato Grosso do Sul: a secretaria diz que só pode fornecer os dados
que estão no site oficial – ou seja, apenas os números de homicídio doloso. Por
isso, não foram informados os dados de latrocínio e lesão corporal seguida de
morte de fevereiro e de março
Paraná: a secretaria diz que ainda não possui a informação sobre
todos os meses. “As estatísticas referentes a homicídios, antes da divulgação,
passam por quatro ciclos de controle de qualidade. Durante a realização da
validação foram encontradas distorções que estão sendo homologadas para, então,
ocorrer a divulgação." Segundo o governo, o relatório estatístico
referente ao primeiro trimestre deste ano deve ser publicado no site nas
próximas semanas
Tocantins: a secretaria diz que as delegacias levam um tempo para
informar os números e, por isso, os dados de fevereiro e março ainda não foram
consolidados
Página especial
Na página especial, é possível navegar por cada um dos estados e
encontrar dois vídeos: um com uma análise de um especialista indicado pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública e outro com um diagnóstico de um
representante do governo.
Ambos respondem a duas perguntas:
Quem são os grupos/pessoas que mais matam no estado, por que eles
matam e como isso mudou ao longo da última década?
O que fazer para mudar esse cenário?
Apenas 3 dos 27 governos estaduais não enviaram respostas às
questões em vídeo: Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Juntos, eles respondem por
mais de 1/4 das mortes violentas no ano passado.
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