quarta-feira, abril 18, 2018
Sete casos confirmados e três mortes no Ceará por H1N1
t Sete casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocada
pelo vírus influenza A H1N1 foram confirmados no Ceará neste ano. Segundo nota
técnica divulgada ontem (17) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), deste
total, três pessoas morreram em virtude da doença. Ainda conforme o documento,
cujos dados se referem ao período entre 1º de janeiro e 14 de abril, o Estado
contabiliza uma ocorrência de SRAG ocasionada pelo vírus influenza B. Além da
vacina, medidas como lavar as mãos ou utilizar álcool em gel, usar lenços
descartáveis e evitar aglomerações se estiver com alguns dos sintomas são
formas de se prevenir da doença.
A campanha nacional de
vacinação contra a influenza terá início no próximo dia 23. No Ceará, a
expectativa é vacinar 2 milhões de pessoas ( Foto: Natinho Rodrigues )
Em todo o ano passado, de acordo com a Sesa, o Ceará registrou 36
casos de SRAG por influeza. A nota técnica não especifica quais tipos de vírus
foram responsável pela doença. No entanto, os dados apontam que, do total de
casos confirmados, cinco evoluíram para óbito.
Diante do cenário observado, a Sesa reforçou a orientação para que
profissionais de saúde das redes pública e privada notifiquem todos os casos
internados ou que tenham culminado na morte dos pacientes "para que sejam
implementadas medidas de prevenção e controle".
Síndrome Respiratória Aguda
Grave
Neste ano, a campanha nacional de vacinação contra a influenza deve
ter início no próximo dia 23. A exceção é o estado de Goiás, que devido à
quantidade de óbitos registrados - 13 até o momento -, antecipou a mobilização.
Serão imunizados grupos prioritários, como crianças com até cinco anos de
idade, idosos, portadores de doenças crônicas, gestantes, puérperas,
trabalhadores da área da Saúde e população indígena. No Ceará, a expectativa é
vacinar cerca de 2 milhões de pessoas.
Ocorrência
A influenza pode ocorrer durante todo o ano, porém sua propagação
cresce rapidamente em algumas estações. O Ministério da Saúde aponta o período
de junho a agosto, por ser mais frio, como o mais propício para a ocorrência de
epidemias de gripes.
No Estado, assim como no restante do Nordeste, segundo o
infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Robério
Leite, todos os anos há uma discussão sobre a necessidade de antecipação das
vacinas em virtude das condições climáticas, que fazem o período de maior
propagação da influenza ser entre os meses de fevereiro e maio.
A vacina contra gripe, que será liberada para os grupos de risco na
próxima semana, protege contra estes três tipos de vírus influenza (A, B e C).
Conforme o infectologista Robério Leite, o vírus é muito variável. "Ele é
um vírus muito diferente. A medida que os anos vão passando a gente vai tendo
contato, e o impacto dele já é diferente do que quando foi introduzido em
2009".
De acordo com ele, a expectativa é que em Fortaleza, este ano, haja
uma predominância de circulação da influenza tipo A H3N2, mas os registros
ainda não confirmam essa projeção. "Não temos ainda dados oficiais. O que
se sabe é que neste momento estão circulando as três cepas do vírus".
Questionado sobre a suposta gravidade do H1N1 em relação aos demais tipos de
vírus da influenza, Robério informa que o cenário mais complicado foi em 2009,
quando o H1N1 ainda era desconhecido. No atual momento, afirma ele, os três
tipos de vírus "podem evoluir e causar óbitos. No entanto, a situação não
está fora de controle. Então não há motivo para pânico". Outro fator
importante, reforça o médico, é que a vacina é mais eficaz contra a influenza B
e influenza A (H1N1).
Imunização
Robério reitera que em relação à sazonalidade da doença, o Brasil
inteiro é tratado de "maneira única". Isto, segundo o infectologista,
não deveria ser assim. Pois, no Nordeste, por exemplo, o ideal é que a
vacinação tivesse início entre fevereiro e março já que o efeito de imunização
adequado é alcançado um mês depois da aplicação. "Se começar a vacinar
semana que vem, já é um período de maior circulação do vírus. O melhor momento
seria fevereiro", diz.
Outra ponderação do médico é que é preciso diferenciar a influenza
(incluindo a H1N1) do resfriado. Na primeira, o vírus provoca febre alta,
tosse, coriza e dor no corpo. Já os resfriados limitam-se a sintomas no trato
respiratório com coriza e febre baixa. De acordo com ele, os sintomas são muito
semelhantes. Só quando se faz os exames clínicos é possível distinguir.
No tratamento, explica o infectologista, a norma técnica prevê que
as pessoas que tiveram contato com alguém suscetível à doença devem fazer a
profilaxia, com uso do antiviral, em até 48 horas. Embora a comprovação
aconteça via exames laboratoriais, Robério informa, que a conduta de iniciar o
tratamento é clínica. "Se você for esperar sair o resultado, pode demorar
muito e ser um risco. Tem que orientar para o tratamento. Não se espera o
resultado do exame laboratorial, que é mais para saber o que está
circulando", reforça.
FONTE DN
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