
A pesquisa estudou 15 mil pessoas de uma ampla variedade de
lugares, religiões, etnias, situação financeira, gênero etc. O resultado final
foi que o desejo de ficar em casa coincide muito frequentemente com um QI
maior, o suficiente para associar ambos os fatores. “Os seres mais inteligentes
experimentam uma satisfação menor com o aumento do contato interpessoal com
seus amigos ou conhecidos”, foi uma das conclusões dos psicólogos.
A equipe de especialistas, liderada pelos psicólogos Satoshi
Kanazawa e Norman Li, também descobriu que, enquanto as pessoas que vivem em
áreas com alta densidade populacional são menos felizes do que aqueles que
vivem em comunidades menores, passar tempo com amigos deu a maioria dos
participantes sentimentos de prazer e satisfação. No entanto, quando deixaram
aqueles com QIs elevados em casa experimentaram os mesmos sentimentos de prazer
e satisfação.
Os inteligentes não têm muita “satisfação” se socializando e
preferem estar sozinhos. Essas descobertas podem nos tornar mais conscientes da
maneira como nossos cérebros foram desenvolvidos para enfrentar estilos de vida
modernos. Com base em sua análise sobre “a teoria da felicidade da savana”, os
pesquisadores chegaram à teoria de que o modo de vida de nossos antepassados
caçador-coletor ainda tem uma influência sobre a forma como vivemos no mundo.
A vida na savana africana, por exemplo, seria drasticamente
diferente da vida da cidade. Pensa-se que as pessoas viviam então em grupos
dispersos de aproximadamente 150 indivíduos e que a socialização dentro da sua
própria tribo era crucial para a sobrevivência em termos de alimentação e
reprodução. São esses princípios e sistemas de nossos antepassados que Kanazawa
e Li basearam suas últimas conclusões.
Embora uma grande parte da sociedade consiga conforto, prazer e
satisfação nas mesmas coisas, como um pequeno grupo com o qual possa se
socializar e compartilhar espaços de lazer, os resultados do estudo sugerem que
aqueles com maiores coeficientes intelectuais se desenvolveram além dessas
necessidades. As mudanças nos cérebros e os requisitos do “extremamente
inteligente” vieram com as constantes mudanças e exigências dos tempos
modernos.
“Os indivíduos mais inteligentes possuem níveis mais elevados de QI
e, portanto, uma maior capacidade de resolver problemas evolutivamente
inovadores”, explicaram os pesquisadores. “[Eles] enfrentam menos dificuldade
para entender e lidar com situações evolutivamente novas”, disse Kanazawa para
a mídia. Embora dependamos mais do que nunca de nossa conexão com o mundo,
parece que o cérebro está se preparando para uma vida na solidão.
Em outras palavras, de acordo com Kanazawa e Li, as pessoas mais
inteligentes preferem passar o tempo no conforto de sua casa porque suas mentes
se adaptaram melhor ao estilo de vida moderno, separado dos hábitos de nossos
antepassados.
Fonte: Portal Raízes
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