A Telebras informou hoje (26) que fechou acordo com a empresa
norte-americana Viasat para explorar e dinamizar o uso do Satélite
Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1)
operado pela estatal.
A parceria permitirá o avanço no uso comercial da capacidade da
banda Ka do SGDC-1 (que provê conexão à internet banda larga de alta velocidade
via satélite) o que, na prática, possibilitará levar internet de alta
velocidade e acessível para comunidades não atendidas em cinturões urbanos, bem
como em áreas rurais e remotas em todo o Brasil.
Pelo acordo, a Viasat ficará responsável por fornecer a
infraestrutura para a implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL),
bem como para viabilizar os programas do governo brasileiro voltados para levar
inclusão digital a áreas remotas do país, como o Internet para Todos, Governo
Eletrônico, Serviço de Atendimento ao Cidadão, Educação Conectada e outros.
Em troca, a Viasat poderá comercializar a banda Ka do equipamento
espacial, com aproximadamente 58 Gbps, para oferecer serviços de banda larga no
Brasil para empresas, mercado de aviação civil e serviços residenciais baseados
em Wi-Fi em regiões com carência de infraestrutura.
De acordo com a Telebras, os equipamentos da Viasat começam a ser
enviados para o Brasil ainda este mês de fevereiro e os primeiros serviços
devem ser ativados em abril de 2018. A Viasat é uma das maiores operadoras de
satélites do mundo, com sede na Califórnia, e oferece serviços de banda larga
residencial, empresarial e governamental usando seus próprios satélites.
Segundo a Telebras, “nos termos da parceria, a Viasat alavancará a
rede satelital do SGDC-1 para explorar serviços de satélite em comunidades
isoladas, por meio de WiFi Hotspots de acesso à Internet de baixo custo, além
de explorar os mercados residencial, empresarial e de aviação”.
A estatal disse ainda que a parceria deve proporcionar maior
competitividade ao mercado brasileiro de internet banda larga via satélite, na
“medida em que a Viasat antecipar sua entrada no Brasil, gerando uma maior
oferta de serviços, produtos e preços em qualquer região do país”.
A parceria foi estruturada em um modelo de compartilhamento de
lucros e resultados, pelo qual a Telebras espera gerar mais de R$ 3,3 bilhões
para a empresa nos próximos anos. Segundo o presidente da Telebras, Maximiliano
Martinhão, o acordo com a Viasat permitirá “estabelecer a infraestrutura
necessária para trazer comunicações de dados de grande alcance, confiáveis e de
alta velocidade para os brasileiros – mesmo nas regiões mais distantes e menos
povoadas do país.”
Comunicações Estratégicas
Lançado em maio do ano passado, o Satélite Geoestacionário
Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas foi projetado para aumentar a
oferta de internet banda larga no Brasil, especialmente em áreas remotas, e
também para incrementar o uso da comunicação estratégica das Forças Armadas.
Desde antes do seu lançamento o governo havia manifestado a
intenção de privatizar parte da banda do satélite a cargo da Telebras. Mas,
após sucessivos adiamentos, o leilão ocorrido, em outubro, terminou sem nenhum
interessado em tocar a iniciativa.
Com isso, o governo teve que retomar a responsabilidade da Telebras
de levar banda larga às escolas, postos de saúde, hospitais e postos de
fronteira, especialmente na região amazônica e em outras regiões de baixa
densidade demográfica, prevista no Plano Nacional de Banda Larga.
A iniciativa ficou a cargo da Telebras, que vai receber cerca de R$
663 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para
colocar em prática o plano. A expectativa é que sejam atendidas com
conectividade à internet cerca de 50 mil entidades públicas, tais como escolas,
postos de saúde, postos da fronteira, etc nos locais em que não existe uma
oferta adequada para esses serviços.
A Viasat tem experiência na operação bem sucedida de 14 milhões de
Hotspots em 30 países e já implantou serviços Wi-Fi via satélite de baixo custo
cobrindo centenas de milhares de pessoas em várias comunidades do México rural,
onde o serviço de Internet não estava disponível. Essa experiência credencia a
empresa para tornar a Internet mais acessível no Brasil, especialmente nas
regiões remotas não atendidas pelos sistemas convencionais.
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