terça-feira, janeiro 02, 2018
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Presidente Michel Temer assina decreto definindo salário mínimo de 2018 em R$ 954
Presidente Michel Temer assina decreto definindo salário mínimo de 2018 em R$ 954
A medida será publicada ainda nesta sexta em edição extra do
"Diário Oficial da União". O reajuste valerá a partir de 1º de
janeiro. O reajuste do salário mínimo em 2018 é o menor em 24 anos. Também é
menor do que a estimativa que havia sido aprovada pelo Congresso Nacional, de
R$ 965. Com isso, o governo prevê economizar R$ 3,3 bilhões no ano que vem
(veja mais abaixo neste texto).
O decreto presidencial estabelece ainda que o valor diário do
salário mínimo corresponderá a R$ 31,8, e o valor horário, a R$ 4,34. O valor
de R$ 954 que valerá para 2018 é 1,81% maior que os R$ 937 do salário mínimo de
2017. Cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem salário mínimo, entre
aposentados e pensionistas, cujos benefícios são, ao menos em parte, pagos pelo
governo federal.
Como é reajustado o salário mínimo?
O baixo reajuste do salário mínimo está relacionado à fórmula como
a correção é feita de um ano para o outro. Essa fórmula leva em consideração: A
variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior,
calculado pelo IBGE;
E o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. No
caso de 2018, portanto, está sendo somado o resultado do PIB de 2016, que foi
de queda de 3,6%, com o INPC de 2017. Como o resultado do PIB de 2016 foi
negativo, o reajuste do salário mínimo é feito apenas pela variação do INPC.
Neste caso, portanto, o 1,81% de variação do INPC é uma estimativa
do governo, já que o percentual exato só será conhecido em janeiro. Entre
janeiro e novembro de 2017, a variação do INPC foi de 1,80%. Já a mais recente
avaliação do mercado financeiro, colhida pelo Banco Central na semana passada,
estima que a variação do INPC neste ano fique em 2,16%.
Em entrevista ao G1, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira,
afirmou que, em 2017, o reajuste ficou um pouco acima do que a fórmula do
salário mínimo determinava para esse ano e que por isso, para 2018, esse
excedente tem de ser descontado. Para o Dieese, porém, o reajuste do salário
mínimo ficou abaixo da variação do INPC neste ano, algo que não acontecia desde
2003.
"O governo não podia dar um reajuste maior. Não tem nenhuma
decisão que o governo possa tomar diferente dessa [do valor de R$ 954 proposto
para 2018]. Não é uma alternativa. No fundo, é uma notícia boa, que a inflação
foi baixa", declarou o ministro. De acordo com ele, a lei é "muito
precisa" ao fixar a variação do INPC do ano anterior e do PIB de dois anos
antes (que, em 2016, foi negativo) para a correção do salário mínimo.
"Ela fala que é a variação INPC, por um motivo correto, ele
tem uma cesta de consumo para quem ganha até 5 salários mínimos, e o IPCA é de
até 40 salários mínimos. O INPC tem um peso de alimentação maior do que o IPCA.
Como neste ano os alimentos foram um dos itens que puxaram a inflação para
baixo, pesa mais no INPC do que no IPCA. A inflação é menor e o reajuste de
salário mínimo vai conforme a inflação", afirmou.
Fórmula vigora desde 2012 e vai até 2019
A atual fórmula de reajuste do salário mínimo começou a valer em
2012, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Em 2015, Dilma encaminhou ao
Congresso uma Medida Provisória que foi aprovada e estendeu esse modelo de
correção até 2019.
No ano que vem, portanto, o governo fixará o salário mínimo de 2019
pela última vez com base nessa regra. Analistas esperam que o novo formato de
correção do salário mínimo, de 2020 em diante, seja um dos pontos debatidos na
campanha eleitoral para a Presidência da República no ano que vem.
Economia de R$ 3,3 bilhões
Com a decisão de conceder um reajuste R$ 11 menor em relação à
estimativa anterior de R$ 965, o governo economizará cerca de R$ 3,3 bilhões em
gastos em 2018.
"Cada um real de aumento no salário mínimo gera um incremento
de R$ 301,6 milhões ao ano nas despesas do governo", informou o Ministério
do Planejamento na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
encaminhada ao Congresso em abril. Números oficiais mostram que o benefício de
cerca de 66% dos aposentados equivale ao salário mínimo. A correção do mínimo
também impacta benefícios como a RMV (Renda Mensal Vitalícia), o
seguro-desemprego e o abono salarial.
O valor do salário mínimo proposto para o próximo ano ainda está
distante do valor considerado como "necessário", segundo cálculo do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o órgão, o salário mínimo "necessário" para
suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia,
saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria
ser de R$ 3.731,39 em novembro deste ano.
Folha Serrana G-1 BRASILIA
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