A polícia desvendou nesta quarta-feira (27) o desaparecimento de um
bebê de cinco meses, filha de uma moradora de rua. Segundo a polícia, a mãe
biológica disse que teria entregado a filha para um casal em troca de uma dose
de bebida alcoólica. A criança foi localizada em uma casa situada no bairro
Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus, aos cuidados de uma auxiliar de
serviços gerais.
De acordo com a delegada da Delegacia Especializada em Proteção à
Criança e ao Adolescente (Depca), Juliana Tuma, as investigações em torno do
caso iniciaram no dia 22 de setembro, após o Conselho Tutelar da Zona Sul
informar a polícia sobre o sumiço da bebê, ocorrido há aproximadamente dois
meses nas proximidades da orla da Manaus Moderna.
“Membros do Conselho Tutelar nos relataram que a mãe da bebê não
estava mais sendo vista com essa bebê. Então começamos a tratar como um caso de
desaparecimento. Ao longo de toda terça-feira (26), realizamos diligências
ininterruptas com o intuito de encontrarmos a criança e a mãe, porque a mulher
precisava ser responsabilizada e, também, prestar esclarecimentos acerca do
sumiço da filha”, explicou Tuma.
A delegada comentou ainda que a mãe biológica da criança foi
encontrada na terça-feira (26) e foi encaminhada para a Depca para prestar
depoimento. Na delegacia, ela contou que havia entregado a filha para uma
pessoa pois havia sofrido um ataque epilético. Após esta versão, ela confessou
que trocou a filha com um casal de moradores de rua por uma dose de bebida
alcoólica.
“Confrontamos ela com informações dos moradores daquela área. Finalmente
a mãe admitiu que realmente havia trocado a filha dela por uma dose de bebida
alcoólica, mas ela não sabia para quem. A partir daí solicitamos para que as
pessoas que soubessem de alguma informação sobre o paradeiro da bebê nos
ajudassem a encontrar a criança”, disse a delegada.
Uma auxiliar de serviços gerais de 32 anos foi até a Depca na manhã
de quarta-feira (27) e informou que estava com a bebê. Os policiais foram até a
casa dela, na Comunidade Nova Vitória, bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste, e
constataram a informação. O bebê foi levado para a delegacia.
Na delegacia, a auxiliar de serviços gerais comentou que a criança
foi entregue à ela pela própria mãe, há cerca de dois meses. Ela contou ainda
que, na ocasião, a bebê estava chorando de fome, em estado de subnutrição e,
ainda, que a mãe a oferecia para as pessoas que moravam ou trabalhavam no
Centro.
“Ela me entregou a bebê espontaneamente. A mulher estava
embriagada. A neném estava com um hematoma no rosto porque a mãe tinha caído
com ela. A bebê estava chorando muito e com fome. Eu a levei pra casa e passei
a cuidar dela como se fosse minha filha. Quando eu ouvi que a polícia estava
procurando uma criança com a idade dela, eu fui até a delegacia. Eu e todos da
minha família chamam a neném de Maria Vitória, pois ela é uma vitoriosa.
Durante esse tempo em que ela esteve comigo eu sempre procurei a
mãe da menina para que ele me passasse a guarda da Vitória de forma legal, mas
eu não a encontrei mais”, relatou a auxiliar de serviços gerais.
Ainda conforme a delegada Juliana Tuma, explicou que toda a família
da auxiliar de serviços gerais já havia se apegado a criança, que estava sob
bons cuidados. “É importante que a gente deixe claro que não é possível esse
tipo de situação, é necessário regulamentar a guarda. Ela será orientada a
entrar com pedido de guarda temporária e, posteriormente, por intermédio da
Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), aguardar o processo de
adoção. Enquanto isso, a bebê será levada para um serviço de acolhimento
institucional”, disse a delegada.
A mãe da criança foi indiciada por prometer ou efetivar a entrega
de filho ou pupilo a terceiro, mediante pagamento ou recompensa, crime previsto
no Artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
G1
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