segunda-feira, novembro 07, 2016
Gata foi estuprada em presídio no Amapá
Filhote teria apresentado problemas respiratórios, diz veterinário
(Foto: Victor Hugo Fernandes/ Arquivo Pessoal )
Um filhote de gato do sexo feminino e raça não definida foi
encontrado na quarta-feira (2) com sinais de estupro dentro de um pavilhão do
Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) do Amapá, localizado na Zona
Oeste de Macapá. Agentes penitenciários acharam o animal, que estaria sangrando
e com ferimentos nos órgãos sexuais. Eles acionaram uma Organização
Não-Governamental que cuida de cães e gatos maltratados.
O animal supostamente estuprado, vítima de zoofilia, foi resgatado
pela ONG Unidade de Proteção ao Animal Costelinha, por volta de 15h do mesmo
dia. A gata apresentava sinais de agressão nas partes íntimas, conforme a
entidade.
De acordo com Victor Hugo Fernandes, integrante da ONG que fez o
resgate, aparentemente o filhote tem cerca de 6 meses de vida.
Ele conta que a gata, batizada de Ariel, foi encontrada caída ao
chão, debilitada e com sangramento. O animal foi encaminhado para uma clínica
veterinária no Centro da cidade, onde permanece internada. Nenhum suspeito foi
localizado, segundo a ONG.
"Ela estava com o ânus dilacerado e muito abatida. Pelo que se
constatou nos exames, ela não foi estuprada apenas uma vez, pois até sêmen foi
encontrado próximo a região ferida. Além disso, ela estava com a temperatura
alta e precisou ser internada", contou Fernandes.
O médico veterinário Rafael Nutiane, que prestou os primeiros
socorros ao animal, disse que exames iniciais indicam abuso sexual. O animal
continuará em observação na clínica, onde poderá passar por cirurgia, informou.
"Ela está tomando antibióticos porque apresentou infecção
devido aos possíveis abusos que sofreu. No Iapen, os problemas de higiene são
constantes e isso pode prejudicar a saúde do filhote, que apresentou ainda
problemas respiratórios e perfurações no intestino.
Por enquanto o estado de saúde é considerado estável, pois ela está
respondendo positivamente à medicação. Até o momento a cirurgia ainda é uma
possibilidade", explicou o veterinário.
Segundo a ONG Costelinha, um boletim de ocorrências foi registrado
na polícia, denunciando o caso. O setor jurídico da entidade informou que
tentou contato com a direção do Iapen, mas até esta publicação, não havia
conseguido.
Consultada pelo G1, a direção do instituto informou que até a tarde
desta quinta-feira (3) não havia recebido nenhuma denúncia em relação ao caso,
e que irá se pronunciar após receber o documento formalizado.
Victor Hugo Fernandes disse que o tratamento do animal está orçado
em torno de R$ 2 mil e devido ao alto custo, a ONG iniciou uma campanha na
internet para arrecadar recursos que custeiem a medicação e provável cirurgia.
"Infelizmente, é um caso que dificilmente se achará o culpado
por violentar o animal, pois os abusos são supostamente constantes nos
pavilhões do Iapen e nenhum deles informa sobre mais detalhes. Por isso vamos
focar especialmente em arrecadar recursos para custear o tratamento da
Ariel", falou Fernandes.
G1
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