
Entre as
principais mudanças no cenário, está a perda, pelo Partido dos Trabalhadores
(PT), de 10 deputados desde a posse, e a migração de 21 deputados para o
Partido da Mulher Brasileira (PMB), que obteve registro no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) em setembro. A Rede Sustentabilidade, que conseguiu registro no
mesmo mês, passou a ter bancada de cinco deputados.
O Supremo
Tribunal Federal, no julgamento de três mandados de segurança, firmou o
entendimento de que os mandatos pertencem aos partidos e que, por isso, o
candidato não pode mudar para outra legenda e manter o mandato. No entanto, a
desfiliação para a filiação em partido recém-criado não acarreta a perda do
cargo.
Maior
bancada
Com a perda
de 10 dos 69 deputados eleitos, o PT deixou de ser o partido com maior bancada
na Câmara, o qual, atualmente, é o PMDB, com 67 deputados. Conforme dados do
Diap, apenas quatro desses dez deputados efetivamente mudaram de partido.
“Muitos
deputados do PT se licenciaram do mandato e cumprem funções de secretários de
estado, de ministros de Estado, e os suplentes eram, na maioria dos casos, de
outros partidos. Isso possibilitou ao PMDB ter hoje o maior número de deputados
em exercício na Casa ”, explica o líder do PMDB, deputado Leonardo Picciani.
Porém,
atualmente, o bloco mais numeroso é o integrado pelo PP, PTB, PSC e PHS, com 80
deputados, seguido do bloco formado por PR, PSD e Pros, com 75 parlamentares. O
bloco PMDB/PEN tem 69 deputados.
Oficialmente,
esses três blocos integram a base do governo na Câmara, que conta ainda com o
PDT (17 deputados) e o PCdoB (12 deputados), além do PT, totalizando 341
deputados. Porém, há muitos dissidentes nesses partidos e blocos, como o
próprio presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que já se declarou de oposição.
Já a chamada
Minoria conta com 99 deputados, sendo integrada formalmente pelos seguintes partidos
de oposição ao governo: PSDB (53 deputados), DEM (21), Solidariedade (15) e PPS
(10). Alguns partidos consideram-se independentes em relação ao governo, como
PSB (34 deputados), Psol (5), PV (5) e Rede (5).
O diretor do
Diap, Antonio Queiroz, acredita que o cenário atual, de pulverização
partidária, dificulta a coordenação política do governo no Parlamento. “Com a
ampliação do número de partidos e a pulverização presente no Congresso, a
tendência é de que cada votação seja objeto de negociação específica, o que
dificultará enormemente a aprovação da agenda governista”, disse.
Novas
mudanças
Queiroz
avalia que a tendência é que o número de trocas de partido – 41 até a data de
hoje – pelo menos dobre ainda nesta legislatura, em razão de duas alterações na
legislação. Uma das alterações, segundo ele, é a aprovação da nova Lei
Eleitoral (13.165/15), que já vai vigorar este ano, na eleição para vereador. A
nova lei originou-se da aprovação do PL 5735/13, conhecido como “minirreforma
eleiotoral”.
“No caso dos
deputados federais, o prazo de filiação, que era de um ano, passou a ser de
seis meses. Nos 30 dias que antecedem esses meses, os parlamentares podem mudar
de partido sem perda de mandato. Então haverá uma migração muito significativa
em 2018.”
A outra
mudança, segundo Queiroz, foi a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 182/07, a chamada PEC da Reforma Política, que possibilita aos
parlamentares deixarem os partidos pelos quais foram eleitos nos 30 dias
seguintes à promulgação da Emenda Constitucional, sem perder o mandato. A
promulgação da PEC deverá ocorrer em fevereiro.
Novas
mudanças nas bancadas partidárias também poderão ocorrer com a fundação do
partido Raiz Movimento Cidadanista pela deputada Luiza Erundina (PSB-SP),
anunciada para o dia 22 deste mês.
Porém, para
o partido conseguir o registro no TSE, precisa angariar cerca de 486 mil
assinaturas de apoio (no mínimo, 0,5% dos votos válidos na última eleição geral
para a Câmara), sendo que as assinaturas não poderão ser de filiados a qualquer
partido, conforme mudança na legislação eleitoral.
Agência
Câmara
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