segunda-feira, junho 24, 2019
Um em cada cinco brasileiros usa o celular enquanto dirige
Dados são de pesquisa feita pelo Ministério da Saúde.
Dados do Ministério da Saúde revelaram que 19,3% da população das
capitais brasileiras usam o celular enquanto dirigem. Isso significa que de
cada cinco pessoas, uma afirmou que comete esse ato. A informação é do Sistema
de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, divulgada hoje (24). O ministério
alertou ainda que os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de mortes
externas no país.
A pesquisa também mostrou que as pessoas com idades entre 25 e 34
anos (25%) e com maior escolaridade (26,1%), com 12 anos de estudo ou mais, são
as que mais assumem esse comportamento de risco. Os motoristas com nível
superior também são os que mais recebem multas por excesso de velocidade e que
associam o consumo de bebida alcoólica e direção.
O Vigitel é uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde que,
desde 2006, monitora diversos fatores de risco e proteção relacionados à saúde,
incluindo a temática de trânsito nas capitais dos 26 estados e no Distrito
Federal. Nesta edição foram entrevistadas por telefone 52.395 pessoas, maiores
de 18 anos, entre fevereiro e dezembro de 2018.
As capitais que apresentaram maior percentual de uso de celular por
condutores foram Belém (24%), Rio Branco (23,8%) e Cuiabá (23,7%), seguido por
Vitória (23,3%), Fortaleza (23,2%), Palmas (22,4%), Macapá e São Luís (22,3%).
Por outro lado, as capitais com menor uso de celular durante a condução de
veículo foram: Salvador (14,1%), Rio de Janeiro (17,1%), São Paulo (17,2%) e
Manaus (17,7%).
Além do uso do celular associado à direção, a pesquisa abordou
também outros três importantes indicadores para a ocorrência de acidentes de
trânsito: consumo abusivo de álcool abusivo, consumo de álcool em qualquer dose
e multa por excesso de velocidade.
Velocidade
O Vigitel 2018 mostra que 11,4% da população entrevistada afirmou
já ter recebido multas de trânsito por excesso de velocidade. O comportamento
de risco foi identificado mais em homens (14%) do que em mulheres (7%), na
população de 25 a 34 anos (13,4%), e de maior escolaridade (13%).
O Distrito Federal é a capital com a maior proporção de casos
(15,6%), seguida de Fortaleza (14,5%); Porto Alegre (14,1%); Belo Horizonte
(13,7%); e Goiânia (13,6%). Já as capitais com menores índices são Manaus
(0,9%); Macapá (2,7%); Belém (5,9%); Campo Grande (6,9%) e Porto Velho (7,1%).
Álcool e direção
A proporção de adultos que informaram que conduziram veículos
motorizados após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica foi de 5,3%,
sendo maior entre homens (9,3%) do que mulheres (2%). A associação entre
consumo de álcool e direção ocorreu principalmente em indivíduos de maior
escolaridade (8,6%) e com idade entre 25 e 34 anos (7,9%).
Dentro desta categoria, as capitais com maior proporção são: Palmas
(14,2%); Teresina (12,4%); Florianópolis (12,1%); Cuiabá (9,9%) e Boa Vista
(9,3%). Já as com menores prevalências são: Recife (2,2%); Rio de Janeiro
(2,9%); Vitória (3,2%); Salvador (3,6%) e Natal (4,2%).
Mortes no trânsito
Os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de mortes
externas no país. Em 2017, de acordo com o Ministério da Saúde, 35,3 mil
pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito e 166.277 foram
internadas. Os gastos com as internações foram de R$ 229,2 milhões. Além das
sequelas emocionais, muitos pacientes ficam com lesões físicas, sendo as
principais consequências amputações e traumatismo cranioencefálico, segundo a
pasta.
Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde
desenvolve, desde 2010, o Programa Vida no Trânsito, uma resposta do governo
brasileiro aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de
Ações pela Segurança no Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos óbitos por
acidentes de trânsito entre 2011 a 2020. Entre 2010 e 2017, o Brasil reduziu em
17,4% o número de mortes por acidentes de trânsito, passando de 42.844 para
35.374.
Nas capitais que mais se engajaram no programa, houve redução
superior à 40%, como: Aracajú (55,8%); Porto Velho (52,0%); São Paulo (46,7);
Belo Horizonte (44,7); Salvador (42,7%) e Maceió (42,9%).
(Agência Brasil)
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