quinta-feira, junho 27, 2019
Juros do rotativo do cartão de crédito chegam a 299,8% ao ano
Os consumidores que caíram no rotativo do cartão de crédito pagaram
juros um pouco mais caros em maio. A taxa média do rotativo subiu 1,2 ponto
percentual em relação a abril, chegando a 299,8% ao ano. Os dados foram divulgados
hoje (26) pelo Banco Central. A taxa média é formada com base nos dados de
consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor
mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 279,9% ao ano em maio,
aumento de 1,9 ponto percentual em relação a abril. A taxa cobrada dos
consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura
(rotativo não regular) subiu 0,4 ponto percentual, indo para 314% ao ano.
O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que
o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após
esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.
Em abril de 2018, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que
clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passem a pagar a mesma
taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor em junho
do ano passado. Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e
inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os
juros pelo atraso e multa.
Enquanto a taxa de juros do rotativo chegou a 299,8% ao ano, o
parcelamento das dívidas do cartão de crédito pôde ser feito com juros de
174,1% ao ano em maio. As taxas médias do crédito parcelado do cartão subiram
3,3 pontos percentuais em relação a abril.
Cheque especial
Já a taxa de juros do cheque especial caiu 2,4 pontos percentuais
em maio, comparada a abril, e está em 320,9% ao ano. Mesmo com a queda no mês,
o aumento no ano chegou a 8,3 pontos percentuais e a 9 pontos percentuais em 12
meses. De acordo com o Banco Central, essa taxa esteve em queda de maio a
outubro do ano passado, mas essa dinâmica de diminuição mudou devido a um
aumento nas taxas pelas instituições bancárias.
As regras do cheque especial também mudaram em julho do ano
passado. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que
utilizam mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos passaram
a receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menores que a do
cheque especial definida pela instituição financeira.
As taxas do cheque especial e do rotativo do cartão são as mais
caras entre as modalidades oferecidas pelos bancos. A do crédito pessoal não
consignado é mais baixa, de 120,1% ao ano em maio, queda de 7 pontos
percentuais em relação a abril. A taxa do crédito consignado (com desconto em
folha de pagamento) recuou 0,2 ponto percentual, indo para 23,2% ao ano em
maio.
A taxa média de juros para as famílias caiu 1,5 ponto percentual em
maio para 44,4% ao ano. A taxa média das empresas ficou em 19,5% ao ano, baixa
de 0,4 ponto.
(Com Agência Brasil)
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