De acordo com a Secretaria da Saúde, uma das vítimas foi um adulto
entre "40 e 49" anos. — Foto: Rui Nóbrega
O Ceará registrou 52 casos de meningite em 2019, de acordo com o
Boletim Epidemiológico Meningite da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa). O
período analisado dentro do documento é de 10 a 16 de março. Além das
notificações da doença, dois óbitos foram registrados causados por meningite
neste ano.
O boletim revela que uma criança dentro da faixa etária de "5
a 9 anos de idade" é uma das vítimas. Essa é a mesma faixa etária do neto
do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que faleceu por meningite no começo
de março. Além da criança, um adulto entre "40 e 49 anos" também
faleceu.
Em comparação com igual período do ano passado, o Ceará registrou
uma queda de 47% nos casos de meningite. Em 2018, foram 99 notificações da
doença — além de 10 óbitos (caracterizando uma redução de 80% das mortes em
comparação com 2019).
A Secretaria da Saúde explica que "a meningite é uma
inflamação das membranas que recobrem o cérebro. Pode ser causada por fungo e
vírus, geralmente em casos menos graves. Também pode ser transmitida por
bactéria, que apresenta quadros mais graves e com maior risco de óbito ou
sequelas, como convulsões, surdez, perda de memória, falência nos rins, AVC e
outros danos cerebrais".
"As meningites de origem infecciosa, principalmente as
causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da
Saúde Pública, pela magnitude de sua ocorrência, pelo potencial de produzir
surtos e por sua letalidade. No Brasil, as meningites infecciosas, em especial
a Doença Meningocócica (DM), apresentam comportamento endêmico", complementa
o boletim epidemiológico.
Sintomas
Os principais sintomas de meningite são febre alta repentina, dor
de cabeça e na nuca, rigidez no pescoço e vômito. Também podem aparecer
convulsões, sonolência, fotossensibilidade, falta de apetite e manchas ou
rachaduras na pele. Bebês recém-nascidos podem apresentar ainda moleira elevada
e inquietação.
A transmissão acontece através de secreções respiratórias e da
saliva. A meningite pode evoluir rapidamente, principalmente entre crianças e
adolescentes. "Nesse período do ano é bom evitar aglomerações em ambientes
fechados, pois o risco de transmissão aumenta por conta do contato mais
próximo", reforça o infectologista pediátrico do Hospital São José (HSJ),
Robério Leite.
A Secretaria da Saúde alerta que ao surgirem os primeiros sintomas,
deve-se procurar o posto de saúde mais próximo. Confirmada a doença, o paciente
é encaminhado para uma unidade de saúde, como o Hospital São José, em
Fortaleza.
Um paciente, que prefere não se identificar, revela a importância
do acompanhamento médico. "Até hoje, tomo medicamentos para evitar
convulsões. A minha qualidade de vida é boa porque sigo direitinho a orientação
do médico. Mas poderia ter sido pior, eu poderia ter morrido. Por isso, não
descuido da vacinação das minhas três netas. Todas estão com o calendário das
vacinas em dia", diz o homem, que tem meningite desde os dois anos de
idade.
Prevenção
O governo estadual informa também que "a meningite é uma
doença prevenível". E a melhor forma de se proteger dessa enfermidade é manter
a caderneta de vacinação em dia. "Conforme o Calendário Nacional de
Vacinação, há quatro vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) que
protegem contra a meningite: BCG, pentavalente, pneumocócica 10 valente e
meningocócica C", complementa a Secretaria da Saúde.
"A vacinação é a melhor forma de prevenção. Se o indivíduo é
vacinado, se protege e ainda protege outras pessoas, pois não se torna portador
da doença e não transmite", afirma Robério Leite, infectologista.
A primeira vacina contra a meningite é logo ao nascer. E desde o
ano passado, a faixa etária de imunização contra a meningite C foi ampliada. A
cobertura vacinal passou a contemplar também adolescentes de 11 a 14 anos de
idade. Além da vacinação, seguir algumas medidas básicas ajudam a prevenir a
doença como lavar bem as mãos, principalmente antes de preparar alimentos.
G1ce
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