
Em julho, o resultado negativo veio do Governo Central
(Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional), que apresentou déficit
primário de R$ R$ 2,677 bilhões, uma melhora em relação ao déficit de R$ 13,977
bilhões em julho de 2017.
De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Estatística do BC,
Renato Baldini, isso se deve ao aumento da arrecadação do governo federal,
incluindo royalties do petróleo. Em julho, o resultado do governo federal foi
positivo em R$ 12,010 bilhões, enquanto a Previdência apresentou déficit de R$
14,547 bilhões.
Os governos estaduais e municipais também tiveram saldo negativo.
Os governos estaduais de R$ 937 milhões, e os municipais, de R$ 912 milhões. As
empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas as dos grupos
Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 1,124 bilhão no
mês passado.
Nos sete primeiros meses do ano, houve déficit primário de R$
17,825 bilhões, contra resultado também negativo de R$ 51,321 bilhões em igual
período de 2017.
No acumulado em 12 meses encerrados em julho, as contas públicas
ficaram com saldo negativo de R$ 77,086 bilhões, o que corresponde a 1,14% do
Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país.
A meta para o setor público consolidado é de um déficit de R$ 161,3
bilhões neste ano.
Os gastos com juros ficaram em R$ 25,762 bilhões em junho, contra
R$ 28,482 bilhões no mesmo mês de 2017. De janeiro a julho, essas despesas
chegaram a R$ 228,737 bilhões, contra R$ 235,1 bilhões em igual período de
2017. Em 12 meses encerrados em junho, os gastos com juros somaram R$ 394,5
bilhões, o que corresponde a 5,94% do PIB.
De acordo com Lemos, as intervenções do BC, em leilões de swaps
cambial – equivalente à venda de dólares no mercado futuro – favoreceram a
apropriação de juros no mês passado. “Se não considerássemos os swaps, o volume
de juros seria R$ 34,3 bilhões”, disse.
O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados
dos juros, atingiu R$ 29,162 bilhões no mês passado ante R$ 44,620 bilhões de
junho de 2017.
De janeiro a julho, o resultado negativo ficou em R$ 246,562
bilhões, ante R$ 286,387 bilhões em igual período do ano passado. Em 12 meses,
o déficit nominal ficou em R$ 471,584 bilhões, o que corresponde a 7% do PIB.
Dívida pública
A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de
créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$
3,503 trilhões em junho, o que corresponde 52% do PIB, com aumento de 0,6 ponto
percentual em relação a junho (51,4% do PIB). Desses, o impacto da apreciação
cambial de 2,6% no mês respondeu pela elevação de 0,5 ponto percentual, R$
30,757 bilhões no estoque da dívida.
No ano, a dívida líquida em relação ao PIB cresceu 0,5 ponto
percentual. Segundo o BC, esse aumento ocorreu, em especial, pela incorporação
dos juros nominais, o déficit primário, a alta do dólar, acumulada em 13,5% e o
efeito do crescimento do PIB nominal. A dívida pública cai quando há alta do
dólar, porque as reservas internacionais, o principal ativo do país, são feitas
de moeda estrangeira.
Em junho, a dívida bruta – que contabiliza apenas os passivos dos
governos federal, estaduais e municipais – chegou a R$ 5,186 trilhões ou 77% do
PIB, com redução de 0,1 ponto percentual em relação a junho.
(Agência Brasil)
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