Casado, pai e pastor há 10 anos. Felipe Costa Silva, de 52 anos,
para o delegado Levy Louzada, era uma pessoa acima de qualquer suspeita. O
religioso, que foi preso em Fortaleza na última sexta-feira suspeito de estupro
de vulverável, visitava a casa das crianças que frequentavam sua igreja. As
meninas eram orientadas pelos pais a abrirem a porta da residência para o
pastor, mesmo quando estavam sozinhas.
A confiança no pastor, conforme o delegado, fez com que ele se
aproximasse de pelo menos seis meninas, com idades de 6 a 12 anos. Além do
estupro de vulnerável, as crianças eram fotografadas e filmadas, e depois as
imagens eram repassadas para novas vítimas, com a finalidade de naturalizar o
crime. O pastor visitava crianças doentes e "acamadas".
Chocolates e dinheiro em espécie, aproximadamente R$ 20, eram
oferecidos para que as crianças não revelassem aos pais a violência sexual a
que eram submetidas. Vítima do pastor em 2012, uma das meninas só revelou aos
pais o crime em 2016, durante uma briga familiar. O delegado explica que a
menina queria sair de casa para uma festa e o pai não deixava, frisando que
queria protegê-la. No entanto, a filha revelou que dentro da própria casa
estava o homem que a violentava sexualmente. Com a primeira denúncia, o
inquérito foi instaurado. "Até então o pai não sabia de nada e ele seguia
a fé dele", relatou o delegado.
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A denúncia gerou repercussão dentro da igreja, outras crianças
tomaram ciência e e os pais perceberam que o pastor visitava outras casas com a
finalidade de orar pelas crianças.
A outra acusação foi feita por uma avó da vítima. Chegando até a
residência, conforme Louzada, a mulher viu a neta com um celular na mão. A
menina a mostrou uma imagem de pornografia. O aparelho era do pastor. Indagado
sobre as fotos, o suspeito teria desconversado e afirmou que as imagens eram do
filho.
A situação deixou a avó com suspeitas e ela prestou depoimento. O
titular da delegacia relata que o pastor não teve conjunção carnal com as
crianças, no entanto ele fazia outras ações sexuais. Outros depoimentos
continuaram a surgir e entre as crianças o medo era comum. Uma delas relatou
que foi convidada a participar da banda evangélica, mas desistiu pois tinha
medo de ser abusada com mais frequência.
A prisão do pastor foi realizada na última sexta-feira, 16, pois havia a informação de que ele
pudesse fugir. Na ação, o pastor foi detido quando ia para a sua igreja. Apesar
das denúncias, ele continuava atuando no templo religioso.
O nome da igreja não é divulgado para preservar as vítimas.
O povo.com
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