terça-feira, setembro 05, 2017
Açude Castanhão chega ao menor volume da história
O Castanhâo , maior açude público do Ceará, atingiu o menor volume
de água de sua história. O reservatório agora mantém um volume de 4,46% da sua
capacidade. Marca semelhante só havia sido atingida em 2004, quando o açude
ainda era recém-inaugurado e recebia os primeiros aportes hídricos.
Segundo cálculos da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do
estado (Cogerh), esse valor deve suprir as necessidades de água até janeiro de
2018, um mês antes do início da quadra chuvosa que vai até maio, quando os
cálculos serão reavaliados pela companhia de acordo com os prognósticos de chuva.
O volume total disponível atualmente é de 298,5 milhões de m³. Desses, 75
milhões de m³ correspondem ao chamado volume morto.
O açude Castanhão é o principal responsável pelo abastecimento
hídrico de Fortaleza e Região Metropolitana, onde vive em torno da metade da
população do Estado. Porém, ele hoje corresponde apenas à 10% desse
abastecimento, pois os outros 90% chegam via Eixão das Águas, oriundos de
reservatórios localizados na própria região.
A diminuição do volume do Castanhã data de 2012, desde o início do
longo ciclo de seca que vem até hoje no Estado do Ceará. Mesmo ficando dentro
da média histórica, as precipitações da chamada quadra chuvosa (entre fevereiro
e maio) ocorreram de forma irregular e localizada. Com isso, os maiores açudes
do estado, Orós e Banabuiú, a exemplo do Castanhão, não conseguiram se
recuperar das perdas acumuladas. Poucas chuvas e evaporação são dois dos
fatores climáticos mais sensíveis nos açudes do semiárido cearense, sem falar
do consumo cada vez maior.
Sem previsão mais concreta a respeito da quadra invernosa de 2018,
o Governo vem atuando com obras de perfuração de poços e de aproveitamento das
águas de outros rios, como o Maranguapinho. Além disso, a Companhia de Água e
Esgoto do Ceará (Cagece) estabelece metas de consumo para a população da região
metropolitana desde dezembro de 2015.
O governo estima em cerca de R$ 1 bilhão os valores investidos em
obras de segurança hídrica e possui uma meta de perfurar 1,8 mil poços em todo
o estado. Os cearenses também aguardam a finalização do Eixo Norte do Projeto
de Integração do Rio São Francisco, cuja obra foi paralisada em setembro. Já
houve licitação para uma nova ordem de serviço e a perspectiva é de que as
águas do rio cheguem ao Ceará em dezembro.
Red; Verdes Mares
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