
A PEC que ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, foi
aprovada em primeira votação e confirmada em segunda, quando recebeu 53 votos,
inclusive contando com o voto especial do presidente do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE), que o consignou em ata. Foram apenas nove votos contrários
e 2 abstenções. A autoria da Proposta é do senador Otto Alencar (PSD-BA) e a
relatoria foi de José Maranhão (PMDB-MA).
A votação refletiu a posição manifestada pelos líderes dos partidos
e de outros senadores, todos propugnando pela aprovação da PEC que reverencia a
cultura nordestina e retrata uma cadeia de empregos que envolve criadores de
animais, produtores das festas e os participantes.
Poucas vozes se manifestaram contra, valendo-se da defesa dos
animais, afirmando que eles eram maltratados e lembrando que a PEC era uma
resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou a vaquejada
e os rodeios um atentado à vida dos animais.
O discurso dos senadores demonstrou respeito pela decisão do
Supremo, mas afirmavam que o Plenário do STF tinha se dividido na votação e por
isso a instituição da PEC faria justiça ao povo nordestino e à sua cultura. O
senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) antes de votar, disse que "a vaquejada
faz das raízes mais profundas da cultura do povo do Nordeste". Disse que
ela se origina do trato do boi, do 'desgarramento' do animal e de sua
perseguição na mata do semiárido nordestino. Para ele, a decretação do fim da
vaquejada, após seis anos de seca, seria uma agressão sem precedentes à alma do
povo nordestino, sitiado entre o mar e o sertão.
O senador José Pimentel (PT-CE), foi enfático em seu pronunciamento
em favor da permanência das vaquejadas no Brasil. Disse ter presidido várias
audiências públicas sobre o tema, nas quais foi formando sua opinião.
"Estamos resguardando nossa cultura nordestina quando votamos
sim à PEC do senador Otto Alencar e resguardando um espaço de geração de
negócios importante para o Brasil". O petista uniu-se a votos como os de
Raimundo Lira (PMDB-PB), que lembrou Câmara Cascudo e Luiz Gonzaga, homens que
difundiram a cultura nordestina, desde quando a prática ainda se chamava
"Puxada do rabo do boi".
Resultado
53
Votos favoráveis, nove contrários e duas abstenções. Com esse
placar, a proposta foi aprovada em 2º turno, após receber aprovação em 1º turno
Fonte DN
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