"As medalhas que ganhei representam uma grande mudança na
minha vida. Elas provam que as limitações físicas não impedem que os sonhos
sejam realizados". Ricardo Oliveira tem história de esportista e até nome
de esportista (como o xará, atacante do Santos), mas é um atleta do
conhecimento.
Ao todo, o jovem de Várzea Alegre, interior do Ceará, conquistou
mais de dez medalhas em olimpíadas de matemática, astronomia e língua
portuguesa. Hoje, aos 27 anos, o rapaz comemora a reta final da faculdade de
mecatrônica industrial no IFCE (Instituto Federal do Ceará), que usa a nota do
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no processo seletivo.
Para ele, suas conquistas não poderiam ter sido alcançadas sem a
determinação dos pais, ex-lavradores que o alfabetizaram em casa por conta de
sua dificuldade de locomoção. Ainda bebê, Ricardo foi diagnosticado com
amiotrofia espinhal, uma doença neurológica que afeta a medula. Como a família
morava na zona rural da cidade, Ricardo muitas vezes só conseguia se deslocar
com a ajuda do pai Joaquim e de seu carrinho de mão, já que a cadeira de rodas
não passava por algumas áreas da estrada de terra.
"Sabendo da dificuldade e da falta de acessibilidade, os meus
pais decidiram me alfabetizar em casa. Como não possuíam muito estudo, eles me
repassaram o básico. Ler, escrever e as operações básicas de matemática",
explica. O pai de Ricardo estudou até a 4ª série (atual 5º ano) e a mãe– dona
Francisca– frequentou até a 6ª série (atual 7º ano).
Portal Uol



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