terça-feira, novembro 08, 2016
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Empresários e bancário de Juazeiro do Norte são denunciados pelo Ministério Público Federal
Empresários e bancário de Juazeiro do Norte são denunciados pelo Ministério Público Federal
Quatro empresários e um bancário foram denunciados à Justiça pelo
Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) por crime contra o sistema
financeiro e lavagem de dinheiro. Os suspeitos foram investigados na Operação
Fratello deflagrada em setembro deste ano. Conforme as apurações, eles são
responsáveis por irregularidades em um empréstimo contratado junto à agência do
Banco do Nordeste (BNB) de Juazeiro do Norte, para a construção de shopping, na
mesma cidade da Região do Cariri.
Dentre os empresários denunciados estão José Mauro Gonçalves de
Macedo e David Ney Gonçalves de Macedo, filhos do prefeito afastado de
Juazeiro, Raimundo Antônio de Macedo, conhecido como 'Raimundão'. Os irmãos são
administradores da JDMM Construções e Incorporações Ltda e do Shopping Center
Juazeiro Ltda. Segundo o MPF, eles teriam utilizado recursos obtidos junto ao
BNB, através de linha de financiamento com verba do Fundo Constitucional de
Financiamento do Nordeste (FNE), para a construção de obras não previstas no
projeto apresentado ao banco.
As investigações identificaram um hotel e uma torre comercial
anexos ao shopping, que não estavam no projeto. "Para obtenção do
empréstimo, os empresários apresentaram ao BNB um projeto que contemplava
exclusivamente a construção do prédio do shopping, no valor de R$ 32,7 milhões.
Do total, R$ 29,5 milhões foram financiados pelo FNE. Durante a execução das
obras, os recursos federais foram desviados para o hotel e a torre
comercial", informou a Instituição federal.
O MPF explicou, ainda, que as irregularidades supostamente
cometidas foram viabilizadas por meio de fiscalizações fraudulentas do BNB e
pela expedição de notas fiscais 'frias', por parte das empresas contratadas
para a construção do shopping. O funcionário do BNB Danilo Régis da Silva
Pontes, que atestou como regular o uso dos recursos; e os empresários Paulo
André Santana de Melo e Ramon Machado da Silva, responsáveis pelas empresas que
emitiram notas frias também foram denunciados como participantes do esquema.
O procurador da República Celso Leal, autor da denúncia, afirma que
"recursos de um financiamento têm destinação específica, não podendo ser
aplicados em finalidade diversa, sob pena de cometimento de crime". De
acordo com Leal, os acusados tentaram novo financiamento com recursos federais
apresentando projeto com informações falsas sobre a obra.
Operação
Os empresários e o bancário foram alvos da Operação Fratello,
deflagrada em 14 de setembro, por vários órgãos federais. Foram cumpridos sete
mandados de busca e apreensão na empresa proponente do projeto, na casa de um
técnico do Banco do Nordeste e outros três nas residências de empresários.
Foram apreendidas mídias, documentos e R$ 20 mil em espécie.
Na época da investida, a Polícia Federal explicou que o nome da
operação é uma alusão ao significado da palavra 'fratello' em italiano, que
significa irmão, confrade, afilhado, amigo, em face do vínculo de parentesco e
laços de amizade que une os sócios e representantes das principais empresas
investigadas.
No dia 1º de novembro, Raimundo Macedo foi afastado pela segunda
vez da Prefeitura de Juazeiro. O peemedebista é investigado por associação
criminosa, concussão e lavagem ou ocultação de bens e valor. José Mauro
Gonçalves de Macedo também figura como investigado neste caso.
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