
“Essa
diminuição foi mais acentuada entre os indigentes, e isso mostra, justamente, a
eficácia e a importância dos programas de combate à extrema pobreza que existem
atualmente no Brasil. Sabemos que há uma crise importante, com diminuição do
crescimento econômico, com recessão e aumento do desemprego. É muito provável
que haja impactos negativos sobre os níveis de pobreza e indigência. Mas vai
depender da eficiência da rede de proteção social que existe no país, dos
programas de transferência de renda e de instrumentos como o
seguro-desemprego”, afirmou Laís.
Alicia
Bárcena, secretária-executiva da Cepal, afirmou que enviou hoje carta aberta à
presidente Dilma Roussef, em que manifesta sua preocupação com ameças à
estabilidade democrática e reconhece os avanços sociais e políticos alcançados
pelo Brasil na última década. “Nos violenta que hoje, sem julgamento ou
evidência, usando vazamentos e uma ofensiva midiática, que tem por convicção
tentar demolir sua imagem e legado, esforços são multiplicados por minar a
autoridade presidencial e encerrar o mandato conferido aos cidadãos nas urnas”,
afirmou, em nota.
Em toda a
América Latina, entre 2014 e 2015, o número de pessoas em situação de pobreza
cresceu de 168 milhões para 175 milhões, o que representa 29,2% das pessoas. Já
o número de pessoas em situação de indigência, ou extrema pobreza, passou de 70
para 75 milhões (12,4%).
De acordo
com o relatório, o aumento é consequência de resultados diferentes entre os
países, onde alguns tiveram aumento da pobreza e outros, a maioria, registraram
diminuição. Entre 2010 e 2014, por exemplo, houve significativo crescimento da
pobreza no México.
O documento
ressalta que, nos próximos 15 anos, a maioria dos países da América Latina
continuará no chamado bônus demográfico, onde a população em idade de trabalhar
é maior que a de aposentados. Bárcena afirmou que este é um momento fundamental
para o desenvolvimento de políticas de proteção social e reforçou que será
necessária atenção especial à área de saúde e da previdência social, uma vez
que o impacto negativo tende a crescer.
Outro dado
alarmante é que, em 2013, uma em cada 3 mulheres não tinha renda própria nem
autonomia econômica. Segundo Bárcena, a exclusão social afeta muito mais as
mulheres do que os homens. De acordo com o documento, a renda dos homens
brancos é quatro vezes maior que a das mulheres indígenas e duas vezes maior
que a das negras, levando-se em consideração níveis educacionais iguais.
De acordo
com a Cepal, o trabalho é a chave mestra para reduzir a pobreza e as
desigualdades. No entanto, entre 2014 e 2015, a taxa de desemprego na América
Latina aumentou de 6% para 6,6%. O organismo recomenda que os esforços de
promoção do trabalho decente, formalização dos empregos e acesso aos mecanismos
de proteção social devem persistir.
“Os gastos
sociais em educação, saúde e previdência social deveriam ser independentes dos
ciclos econômicos. Mas, em momentos como o atual, de crise econômica, os países
devem proteger os níveis de gastos sociais. E, nos períodos de crescimento,
ampliar o gasto e os investimentos, para reforçar a construção da rede de
proteção social”, afirmou Bárcena.
agencia
brasil
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