
No Dia
Internacional da Mulher, comemorador em 8 de março, Antônio Luiz Almada Horta,
médico especialista em citopatologia e integrante do corpo clínico do Sérgio
Franco, alerta que, para detectar as lesões precursoras do câncer cervical
precocemente, é necessário realizar o exame Papanicolau pelo menos uma vez ao
ano.
Segundo o
especialista, o teste preventivo é indicado a toda mulher que tem ou já teve
vida sexual e que está entre 25 e 64 anos. “Após dois resultados anuais
sequenciais negativos, o teste pode ser efetuado trisanualmente”, propõe o
Ministério da Saúde.
O
especialista informa que a conexão entre a infecção por determinados tipos de
vírus do papiloma humano (HPV) e o câncer do útero está hoje cientificamente
comprovada. “As células afetadas pelo HPV 16 e 18 exibem atipias morfológicas
que permitem sua identificação microscópica, e, com o exame citológico,
conseguimos identificar essas alterações precocemente, o que permite tratamento
específico e o impedimento do desenvolvimento da lesão de alto grau para
câncer”, reforça o Dr. Almada Horta.
A coleta
convencional do material para a realização do exame citopatológico
(Papanicolaou) é normalmente efetuada em ambulatório ou no consultório
ginecológico. “Classicamente, utilizam-se uma espátula de madeira e uma escova
para colher células da superfície externa e interna do colo do útero. E parte
dessa amostra é estendida em uma lâmina, fixada em álcool ou spray e encaminhada
para análise em laboratório com especialização em citopatologia.”
“Hoje em
dia, alguns profissionais utilizam um processo mais simples e eficiente chamado
de citologia em meio líquido”, explica o médico patologista. “Com esse novo
método, todo o material coletado pela escova é colocado em um frasco com um
líquido preservativo, gerando um aproveitamento completo da totalidade da
amostra colhida. Esse material é processado no laboratório com aparelhos de
última geração para a obtenção de amostra com concentração celular uniforme.
Essa técnica de citologia em meio líquido promove, por meio de processo
automatizado, a distribuição das células epiteliais em uma camada única na
lâmina, permitindo uma análise microscópica mais sensível e uma capacidade de detecção
melhor das lesões suspeitas”, informa o especialista.
O dr. Almada
lembra que o HPV apresenta característica de transmissão predominantemente
sexual e seu DNA é identificado em cerca de 99% dos casos de câncer do colo do
útero. “Por isso, além da citologia ginecológica periódica, a prevenção, assim
como para outras doenças sexualmente transmissíveis, deve também ser feita pelo
uso de preservativos durante a relação sexual e a utilização, pela população,
de vacinas contra o HPV na menina jovem não infectada”, conclui o médico.
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