Serpentinha, porém, nasceu morta, o que já era esperado por causa da condição.
Por g1 Rio
Cobra de duas cabeças — Foto: Edson Taciano/IVB
Uma jararaca do Instituto Vital Brazil (IVB), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, conhecida pelo nome científico Bothrops jararaca, deu à luz a um filhote com duas cabeças. Essa condição rara é conhecida como bicefalia e ocorre apenas em cerca de 1 a cada 100 mil nascimentos de serpentes.
O filhote com as duas cabeças nasceu morto, o que é comum em espécimes com esta condição. Ele será incluído na Coleção Científica do IVB, onde possibilitará o estudo não apenas da bicefalia nestes animais, como também estudos em outras áreas das ciências.
Filhote de jararaca com duas cabeças — Foto: Edson Taciano/IVB
“Este espécime pode gerar conhecimentos importantes em teratologia, que é a área da ciência que se dedica ao estudo das anomalias e malformações ligadas ao desenvolvimento embrionário. Este conhecimento pode, inclusive, vir a ser aplicado em outras especialidades, como as voltadas à saúde humana”, explicou o biólogo Breno Hamdan.
O biólogo revela ainda que o exemplar pode colaborar com um estudo sobre o papel da genética e do ambiente na formação dos indivíduos. As escamas são uma característica importante na identificação de espécies de serpentes, e a influência genética e ambiental na formação das suas escamas pode ser estudada a partir deste filhote.
“O que fazemos é comparar as escamas das duas cabeças.
Uma vez que a bicefalia ocorre quando dois gêmeos monozigóticos (que provêm do
mesmo zigoto, a primeira célula formada pela fusão do espermatozoide com o
óvulo materno) não conseguem se separar durante o desenvolvimento do embrião, o
esperado é que as escamas sejam idênticas. Caso não sejam, há indícios de que a
formação das escamas sofreu influência epigenética, isto é, sofreu influência
do ambiente”, detalhou Hamdan.
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