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terça-feira, dezembro 28, 2021

Fisioterapeuta de Fortaleza abre loja de crepes em formato de pênis, vence preconceito e conquista clientes: 'É uma brincadeira'

 


Glaucyelen Gomes Leite Ribeiro, 27 anos, vende crepes em formatos de pênis na versão tradicional e de "ouro".

Por Lena Sena, g1 CE

 

28/12/2021 06h00  Atualizado há uma hora

 

Fisioterapeuta fala sobre crepes em formato de pênis comercializados em loja de Fortaleza

Fisioterapeuta fala sobre crepes em formato de pênis comercializados em loja de Fortaleza

 

 

Há quase um mês a fisioterapeuta cearense Glaucyelen Gomes Leite Ribeiro, 27 anos, se divide entre o atendimento a pacientes e a loja de crepes em formato de pênis, criada por ela no Bairro Pirambu, em Fortaleza. (veja no vídeo acima a empreendedora falando sobre os doces)

 

O estabelecimento, inaugurado no início de dezembro gerou a desconfiança da vizinhança que chegou a pensar que o novo negócio era uma sex shop, mas a empreendedora conquistou clientes e faz sucesso nas redes sociais.

 

"A recepção foi horrível, alguns religiosos passavam, diziam que estava repreendido. O povo pensava que era uma sex shop, mas eu não especifiquei, deixei só a placa para aguçar a curiosidade. [...] Na Europa, as pessoas saem na rua comendo o crepe, aqui tem muita gente religiosa, o que complica muito, porque as pessoas não entendem que o crepe é uma brincadeira. É isso que eu quero cultivar, essa cultura mais humorística do crepe nesse formato", relembra Glaucyelen.

 

 

A ideia do negócio surgiu a partir de um vídeo em que apareciam pessoas em um festival na Indonésia comendo produtos em formatos de pênis e vagina.

 

"Achei muito curioso. Só que pessoas antes de mim também acharam curioso e começaram a comercializar isso em outros lugares da Europa e nos Estados Unidos. [...] Sempre quis trabalhar na minha área, mas na pandemia muitas coisas complicaram e eu não queria fazer o que todo mundo faz, pois o que todo mundo faz já tem. Fui dar esse tiro no escuro, pois se fosse para empreender eu queria empreender em um negócio que ainda não tem", relatou Glaucyelen.

Fisioterapeuta Glaucyelen Gomes Leite Ribeiro exportou uma máquina da China para a produção dos crepes em formato eróticos — Foto: Lena Sena/ Divulgação

Fisioterapeuta Glaucyelen Gomes Leite Ribeiro exportou uma máquina da China para a produção dos crepes em formato eróticos — Foto: Lena Sena/ Divulgação

 

 

Para a fabricação dos crepes em formato de pênis, a fisioterapeuta exportou uma máquina da China, que levou cerca de dois meses para chegar ao Brasil. Vencida a primeira etapa do processo, Glaucyelen teve que enfrentar outro desafio.

 

"Comprei a máquina e o segundo desafio foi: 'como é que eu vou fabricar um crepe que eu nunca comi na minha vida'? No caso, ele é mais um waffle do que um crepe. Começamos [ela e a irmã] os testes de massa, passamos uns três meses testando, até achar uma massa que a gente entrasse no consenso e que fazia sentido. Eu e minha irmã testamos, até que encontramos", afirma a jovem.

 

A loja "Xibata 16 cm" funciona de quarta-feira a domingo, de 18h às 22h, e vende cerca de 20 crepes por dia. A escolha do nome do estabelecimento foi feita pela fisioterapeuta, que levou em consideração o nome do órgão, com um toque da regionalidade e o tamanho médio do pênis.

 

"Queria um nome que não deixasse o órgão tão exposto e fosse regional. Chibata tanto tem relação com chicote e peia. Como em relação ao órgão, o que deixa o produto subentendido", explica Glaucyelen.

 

Tradicional e de 'ouro'

 

Crepes em formatos de pênis são comercializados na versão de "ouro" (à esquerda) e tradicionais, com coberturas variadas. — Foto: Lena Sena/ SVM

Crepes em formatos de pênis são comercializados na versão de "ouro" (à esquerda) e tradicionais, com coberturas variadas. — Foto: Lena Sena/ SVM

 

O cardápioé composto de crepes tradicionais, a R$ 10, e da versão de "ouro", a R$ 15. Os doces levam coberturas de beijinho ou brigadeiro e podem ser acompanhados de granulados de chocolate, em formatos de corações, estrelas e também tem a versão de aniversário, que vai com uma vela.

 

O público do local é variado, desde jovens a senhoras. Também há a opção dos consumidores receberem o produto em casa.

 

"O público é misturado, tem até senhorinha. Depende muito se a pessoa tem a mente aberta. O lado bom do cearense é esse, é meio cabeça fechada, mas quando tira para achar graça de uma coisa, abraça aquilo. Também tem muita gente de mente aberta, muito jovem que compra para presentear a sogra", disse a fisioterapeuta.

 

 

Divulgação na rede social

Loja de crepes foi inaugurada no início de dezembro, na Avenida Leste Oeste, no Bairro Pirambu. — Foto: Lena Sena/ SVM

Loja de crepes foi inaugurada no início de dezembro, na Avenida Leste Oeste, no Bairro Pirambu. — Foto: Lena Sena/ SVM

 

Para investir no negócio, a fisioterapeuta contou com a parceria do marido Felipe Ribeiro Feitosa, que é um dos sócios e fica responsável pelas artes e a parte gráfica da loja.

 

"Meu esposo no início também não queria apoiar, mas expliquei a ele que as pessoas agora queriam algo não só para comer, mas para postar. [...] A Xibata é uma grande brincadeira, de você presentear o amigo, presentear esposa, fazer a pessoa rir. A gente sempre tentou trazer o cômico da brincadeira, de ser um crepe na forma de 'xibata' com o gostoso, para encontrar o conceito dos dois", afirma.

 

 

Com o slogan "O tamanho ideal que você precisa", a loja tem o Instagram como principal meio de divulgação e já conta com mais de 1,6 mil seguidores na rede social. Fotos, frases de humor e vídeos de Glaucyelen mostrando os produtos estão entre as estratégias de divulgação.

 


A esteticista Raquel de Melo, 21 anos, é uma das clientes da loja de crepes. — Foto: Lena Sena/ SVM

A esteticista Raquel de Melo, 21 anos, é uma das clientes da loja de crepes. — Foto: Lena Sena/ SVM

 

A esteticista Raquel de Melo, 21 anos, foi uma das primeiras a experimentar o crepe, no dia da inauguração.

 

"Na primeira mordida a gente já se apaixona pelo sabor. Não é só instagramável, é muito gostoso.É uma coisa nova e é dentro do Pirambu [bairro periférico de Fortaleza] com um preço acessível. Quando postei nas redes sociais foi uma grande repercussão", afirmou Raquel.

 

 

Um dos planos Glaucyelen é expandir o negócio para o Bairro Aldeota, área nobre de Fortaleza, e comercializar também os crepes em formato de vagina.

 

"O fato do machismo ainda ser muito forte, o homem se sente ofendido por ter um pênis para vender e não ter uma vagina. Também é complicado a relação do homem com isso, de não querer comer. De quando a gente abriu para agora as pessoas estão começando a ver de uma forma engraçada, elas param e comem", afirma a fisioterapeuta.

Fonte: G1 Ceará 

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