Onze distribuidoras de energia, incluindo a Enel Ceará, terão que
ressarcir os clientes por causa do apagão ocorrido em março de 2018, que deixou
13 estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste às escuras. É que a
diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) negou o pedido das
concessionárias que solicitaram, no último dia 26, a exclusão da penalidade
pelo blecaute. O pagamento das compensações será superior a R$ 7 milhões.
Multar as empresas havia sido uma decisão tomada pela
Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição (SRD) da Aneel, no
ano passado. Medida contra a qual as distribuidoras, em vão, recorreram.
“Deste modo, também como forma de preservar os direitos dos
consumidores, não se mostra pertinente, neste caso, permitir às empresas
recorrentes desconsiderarem o evento para fins de cálculo de compensação
financeira aos consumidores, devido à violação dos limites dos indicadores
individuais de continuidade”, votou Rodrigo Limp, diretor da Aneel e relator do
caso.
Nos próximos dias, portanto, as empresas deverão compensar os
clientes com descontos nas contas de energia. Conforme Limp, a efetivação dos
abatimentos se dará até a segunda fatura posterior à publicação da decisão da
diretoria da Aneel.
Além da Enel Ceará, a penalidade foi aplicada às empresas: Celpa
(PA), Celpe (PE), Cemar (MA), Coelba (BA), Cosern (RN), Energisa Borborema
(PB), Energisa Paraíba, Energisa Sergipe, Energisa Tocantins e Sulgipe (SE).
No Ceará, a falta de energia teve impacto na indústria e no
comércio, além de causar congestionamentos em Fortaleza.
No início do mês, a Aneel já havia aplicado multa de R$ 6,184
milhões à empresa Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), responsável pela
linha de transmissão que transporta energia da hidrelétrica de mesmo nome para
a Região Sudeste. O sistema é o mesmo que apresentou problemas em 21 de março
do ano passado, deixando cerca de 70 milhões de pessoas sem luz.
De acordo com a área técnica da Aneel, no caso da BMTE, foi apurada
"falha no processo de manutenção", além de "responsabilidade no
desligamento em função de desempenho inadequado de sistema de proteção”.
Já o Operador Nacional do Sistema (ONS) foi multado em R$ 4,912
milhões por deixar de “observar procedimentos de rede”, tendo, assim,
"responsabilidade no desligamento em função de desempenho inadequado de
sistema de proteção".
À época do apagão, o próprio ONS recomendou aplicação de multa às
distribuidoras em 10% na Receita Anual Permitida, por descumprimento de algumas
exigências previstas em contrato.
Fonte: O Povo
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