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quarta-feira, maio 02, 2018

Valor do pão francês deve ter aumento de 10% no Ceará


Impactado pela alta do dólar e pela quebra da safra de trigo na Argentina, o preço do pão francês no Ceará deve sofrer um aumento de aproximadamente 10% ao longo do mês de maio, conforme expectativa do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Ceará (Sindpan). A moeda americana, na qual o trigo é cotado no mercado internacional, apresenta alta de 6,2% neste ano. E com a seca na Argentina, principal exportador de trigo para o Brasil, a produção do cereal caiu cerca de 30%, pressionando o preço da saca. A informação é do Diário do Nordeste.

Segundo Ângelo Nunes, presidente do Sindpan, a tendência é que as panificadoras no Estado reajustem os preços dos derivados de trigo durante o mês, na medida em que tiverem de repor seus estoques de farinha. Com isso, o preço médio do pão francês, por exemplo, deve ficar em torno de R$ 12,00. Contudo, caso a safra na Argentina não se recupere, o preço do pão pode subir 35% até junho. “É um impacto forte e tudo aconteceu muito rápido, isso acabará sendo repassado para o consumidor. Algumas panificadoras compram trigo semanalmente, e outras quinzenalmente”, diz.

Padarias seguram custos
Apesar da alta do insumo, algumas padarias da Capital não devem reajustar os preços já no começo deste mês. Segundo o gerente administrativo da padaria Romana, Cláudio Silva, até o momento não há previsão de alta nos derivados de trigo. “Até por conta da competitividade, nós não vemos espaço para aumento agora. Nos últimos 45 dias o preço do pão carioquinha caiu, passando de R$ 11,45 para R$ 10,90, o quilo. Talvez haja algum repasse quando fizermos um novo pedido de farinha)”.

No mesmo sentido, a gerente da padaria Ideal, Fátima Garcez, diz que, nesse primeiro momento, os preços devem ser mantidos, mas como as compras de farinha de trigo são feitas semanalmente eventuais reajustes ainda serão discutidos. O Sindpan estima que o trigo seja responsável por entre 30% e 40% dos custos de produção do pão.
           
O preço da saca de 50 quilos, hoje cotada em torno de R$ 100, pode ultrapassar a casa dos R$ 120 nas próximas semanas se as produção argentina não melhorar. “O que mais afeta o preço do trigo hoje é a seca na Argentina, que faz a produção cair pela metade em algumas regiões. Com isso, nós estamos com dificuldade para encontrar da mesma qualidade. Compramos um pouco do Canadá, mas com a seca na Argentina o preço lá subiu”, diz Nunes. “E, conversando com representantes de moinhos, ainda não há previsão de restabelecer a situação na Argentina”.

De janeiro a março, o Ceará importou 229,3 mil toneladas de trigo, no valor de US$ 41,9 milhões, sendo todo esse volume da Argentina. O produto foi o terceiro principal da pauta de importações do Estado, responsável por 6,8% do valor total em dólares. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). No mesmo período, o Brasil importou US$ 290,4 milhões, sendo 95,7% da Argentina, 1,9% do Paraguai, 1,3% do Canadá e 1,1% dos Estados Unidos.

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