Essa proposta se baseia no fato que 65% dos estudantes das
instituições de ensino superior federais estão na faixa dos 40% mais ricos da
população. Como, após formadas, essas pessoas tendem a ter um aumento de renda,
a suspeita dos técnicos é que a gratuidade “pode estar perpetuando a
desigualdade no País.”
O Brasil tem aproximadamente 2 milhões de estudantes nas
universidades e institutos federais, ao passo que nas universidades privadas
são 8 milhões de estudantes. Porém, o custo médio de um aluno numa faculdade
privada é de R$ 14.000,00 por ano. Nas universidades federais, esse custo salta
para R$ 41.000,00 e nos institutos federais o valor é ainda maior: R$ 74.000,00
ao ano.
Esse gasto, diz o estudo, é “muito superior” ao de países como a
Espanha e a Itália, por exemplo. No entanto, o valor agregado em termos de
conhecimento dos estudantes não é muito diferente do das faculdades privadas.
Esse critério considera o que o aluno aprendeu em comparação ao que se esperava
que ele tivesse aprendido.
Os gastos do governo com ensino superior são equivalentes a 0,7% do
Produto Interno Bruto (PIB) e crescem, em termos reais, 7% ao ano, acima da
média mundial. “As despesas com ensino superior são, ao mesmo tempo,
ineficientes e regressivas”, diz o relatório.
Além da cobrança de mensalidades, o estudo sugere que os gastos por
aluno tenham como limite o valor gasto pelas instituições mais eficientes. As
menos eficientes teriam, assim, de ajustar suas despesas à nova realidade.
Se as escolas do ensino fundamental e médio atingissem o nível das
melhores do sistema, o desempenho na prova do Índice de Desenvolvimento do
Ensino Básico (Ideb) subiria 40% para o nível fundamental e 18% no médio. No
entanto, aponta o relatório, o Brasil gasta perto de R$ 56 bilhões a mais do
que seria necessário para ter o atual desempenho.
Com informações do Estadão
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