
Pelo menos cinco adolescentes e mulheres já prestaram queixa contra
suspeito no 2º Distrito Policial, na Aldeota. Uma das jovens tinha 12 anos na
época em que foi abusada sexualmente.
De acordo com o delegado Dionísio Amaral, que investiga o caso, as
vítimas relataram que dormiam frequentemente na residência do religioso e da
mulher. Em algumas noites, o suspeito ministrava medicamentos para dopar as
jovens. Enquanto estavam dopadas, as vítimas eram molestadas pelo homem,
segundo apontou a investigação.
Influência religiosa
"Por conta dessa comunidade, foi estabelecido um hábito de
essas jovens dormirem na residência dele e da esposa. Também havia hábito de
elas trajarem roupas mais íntimas, como pijamas. Elas tratavam o casal como pais.
Com isso, ele estabeleceu uma liderança muito forte sobre as jovens, o que
facilitou os abusos", comentou o investigador.
O delegado acrescentou que as jovens relataram em depoimento que o
suspeito chegava a acordar as meninas durante a noite para dar remédios, com a
desculpa de elas estarem tossindo. No entanto, as jovens diziam que não estavam
doentes.
Uma das vítimas sofreu o crime mais de uma vez, conforme a polícia.
Há relatos de duas jovens que foram molestadas há cerca de seis anos - à época
tinham 12 anos. No entanto, os fatos só foram descobertos recentemente.
"É muito forte a ascensão do casal pela condição espiritual. É
uma congregação que tem uma fé muito fervorosa. Por isso, muitas jovens ficaram
constrangidas em denunciar. A partir daí, as jovens conversaram entre si e
denunciaram", afirma o delegado. "As vítimas, na quase totalidade,
são jovens introspectivas, algumas residentes em bairros mais distantes."
A Justiça decretou a prisão preventiva do suspeito. Um mandado de
busca e apreensão também foi executado pela polícia. O delegado apreendeu peças
íntimas e aparelhos eletrônicos na residência do casal. Os objetos serão
periciados para identificar se há provas, como fotos e vídeos.
O líder religioso foi autuado por estupro de vulnerável. A polícia
segue investigando o caso para identificar se tem mais vítimas e se ele cometia
o mesmo crime em São Paulo, de onde ele é natural e também participou de grupos
religiosos.
Valdir Almeida - Do G1 CE
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