
O hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, já
utiliza o método de tratamento de queimadura com pele de peixe em 56 pacientes.
O tratamento com o "curativo biológico" é aplicado em pessoas desde
2016, no Núcleo de Queimados da unidade.
Uma das pacientes foi Letícia Basiliano, que sofreu uma queimadura
de 3º grau com gasolina em 2016. A mãe da paciente aprovou o método: “Seria
urgente uma reconstituição de pele na barriga da minha filha. E isso nos
causava muito sofrimento.No começo ficamos apreensivas quanto ao resultado, mas
graças a esse tratamento não foi necessário uma cirurgia de enxerto de pele”.
O tratamento é desenvolvido há dois anos no Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará (UFC),
com participação de pesquisadores do Ceará, Pernambuco e Goiás. De acordo com
os pesquisadores, a curativo com base em animais aquáticos é inédito no mundo.
O coordenador da pesquisa, médico Edmar Maciel, explica que além,
da eficiência, a pele da tilápia reduz os custos do atendimento. "Trata-se
de um curativo biológico temporário com o objetivo de fechar a ferida evitando
a contaminação de fora para dentro, a desidratação e as trocas diárias de
curativos, que ocasionam desconforto e dor aos pacientes, e, em consequência
reduz os custos do tratamento". O procedimento é utilizado em queimaduras
de 2º grau profundo e 3°grau.
Ainda de acordo com os pesquisadores, as primeiras etapas do estudo
mostraram que a utilização clínica do pele da tilápia era propícia, tendo em
vista as semelhanças do material com a pele humana, como grau de umidade, alta
qualidade de colágeno e resistência.
Testes em animais terrestres também descartaram possíveis riscos de
contaminação com a técnica que, de acordo com os realizadores, tem mais poder
de cicatrização que os métodos convencionais e reduz a sensação de desconforto,
dor, perda de líquido e ocorrência de infecção.
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