quinta-feira, dezembro 22, 2016
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IPAUMIRIM E MAIS 13 CIDADES DO CEARÁ NÃO REGISTRAM HOMICÍDIOS EM 2016
IPAUMIRIM E MAIS 13 CIDADES DO CEARÁ NÃO REGISTRAM HOMICÍDIOS EM 2016
O Ceará registrou 3.258 Crimes Violentos Letais Intencionais
(CVLIS) até o momento em 2016. Contudo, apesar da violência, 14 cidades
cearenses não registraram nenhum homicídio no ano, conforme levantamento do G1
com base em estatísticas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social
(SSPDS). Uma dessas cidades é Ipaumirim, localizada na microrregião de Lavras
da Mangabeira, no Centro-sul do Ceará.
Com mais de 12 mil habitantes, segundo último balanço o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município fica localizado na
divisa do estado da Paraíba.
Moradores de Ipaumirim dizem que a cidade mantém o estilo de vida
pacato do interior. Na opinião da operadora de caixa Sthefanny Lopes, 22 anos,
a cidade é tranquila.
"Moro aqui há seis anos e acho uma cidade muito tranquila,
onde todos se conhecem, andam nas ruas, ficam na praça. Acho que se a cidade
não registrou homicídio é muito por conta das pessoas mesmo daqui. Mas não acho
que o policiamento seja tão forte, pois apesar de não ter mortes, tem muitos
assaltos", comentou a jovem.
O comerciante Cícero Rocha, 43, acrescenta que a maioria dos
moradores se conhecem e que as mesmas famílias vivem há muitos anos no
município. Deste modo, quando algum estranho é visto pelas ruas em atitude
suspeita, os próprios moradores chamam a polícia para checar e evitar a
possibilidade de algum crime. Cícero Rocha também reclamou sobre a quantidade de
assaltos.
"Nunca pensei em sair dessa cidade, pois é onde me criei e
criei minha família. Ipaumirim cresceu muito mas as pessoas continuam levando
uma vida tranquila. Às vezes vem gente de fora para fazer roubos aqui, mas
quando vemos chamamos logo a polícia. Aqui é um lugar tranquilo, se comparado
com outras cidades do interior que são mais violentas”, disse.
Efetivo
A segurança é feita por agentes da Polícia Civil da delegacia
municipal e policiais militares do 10º Batalhão da Polícia Militar, divididos
em equipes do Ronda do Quarteirão, Comando Tático Rural (Cotar), Comando de
Policiamento do Interior (CPI) e Batalhão de Divisas.
Neste ano, a localidade também recebeu reforço do Batalhão de
Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio), que foi
implementado pelo Governo do estado em Iguatu, com seis equipes e 24 carros da
polícia. O BPRaio da região Centro-sul atende Ipaumirim e outras 13 cidades. A
pasta não repassou o efetivo total da polícia no município.
Ações da polícia
Alcântaras, Ararendá, Baixio, Barroquinha, Catunda, Ererê,
Granjeiro, Groaíras, Meruoca, Moraújo, Pacujá, Palhano, e Umari são as demais
cidades que não registraram assassinatos em 2016.
O delegado Fellipe Lira da Costa Pereira, que responde pelas
cidades de Ipaumirim, Baixio e Umari, afirmou que a polícia tem trabalhado de
forma preventiva para evitar homicídios na região. O delegado disse que uma das
principais ações é investigar e combater os casos de violência doméstica.
“A maior incidência de crimes (assassinatos) envolve a violência
contra a mulher, por isso damos atenção especial ao combate à violência
familiar, evitando que as primeiras agressões evoluam para condutas mais
graves. Requeremos em até 48h o pedido de medidas protetivas e fiscalizamos o
cumprimento. Em caso de descumprimento, representamos pela prisão preventiva de
imediato. Assim, evita que as agressões evoluam e cause um dano maior”,
descreveu o investigador.
O delegado também apontou fatores que contribuem para que essas
cidades do interior não registrem assassinatos. A polícia também tem atuado no
combate ao narcotráfico. “Nós combatemos os pequenos pontos de drogas e atuamos
na tentativa de conciliação célere nos delitos menos graves, como ameaça e
lesões leves evitando crimes mais graves”, pontuou.
Lira acrescentou que o trabalho integrado das polícias Civil e
Militar realizado nas cidades têm auxiliado na redução do índice de homicídios
e combate de outros delitos.
“É de extrema importância a ação conjunta (das polícias Civil e
Militar) tendo em vista que o efetivo nas cidades menores é reduzido. A troca
de informações entre a polícia preventiva e judiciária também é bastante
importante. Essa boa relação otimiza os resultados tanto no seara da polícia
ostensiva quanto da polícia investigativa. Quem sai ganhando com isso na
segurança pública é a população”, concluiu o delegado.
O G1 procurou falar com o comandante do 10º Batalhão da Polícia
Militar, que responde pelas cidades descritas na matéria, mas as ligações não
foram atendidas.
G1 CEARÁ
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