O coração doado chegou à unidade por volta das 19h30 do dia 22 de
outubro. O procedimento cirúrgico terminou às 23h, sem complicações. “O médico
disse que ela era muito saudável e que o coração também era muito saudável,
então ele conseguiu acompanhar o ritmo dela rapidamente. Disseram que talvez
precisasse ligá-la a uma máquina, mas não foi preciso”, conta a irmã, Kezia
Herculano.
Como o próprio nome, foi uma vitória para a menina que, desde que
nasceu, está internada na UTI pediátrica do Hospital. Natural de Paraú, no Rio
Grande do Norte, Ariely foi transferida para o Ceará um dia após o parto. Por
outro lado, a irmã gêmea dela, Adriely, nasceu sem complicações de saúde e está
sob os cuidados de uma tia na cidade natal.
Segundo Kezia, Ariely só sobreviveu porque recebia medicamentos
para forçar o coração a bater. “Os médicos disseram que somente um milagre
poderia salvá-la”, explica. Há um mês, a esperança chegou quando a família foi
informada que um coração totalmente compatível havia sido encontrado. Contudo,
assim também veio a frustração, quando a família doadora voltou atrás.
Na manhã do dia do transplante, a mãe de Ariely, Mirian Rocha,
recebeu a notícia de que um novo coração havia sido encontrado. Kezia se
emociona. “Ficamos muito felizes, mas sabemos que nossa felicidade é fruto da
dor da outra família. Não é uma decisão fácil. Da mesma forma que pedimos a
Deus pela cura da Ariely, pedimos força para a outra família que perdeu uma
criança”.
Fila
De acordo com a enfermeira do ambulatório do transplante cardíaco
pediátrico do Hospital do Coração, Silvânia Braga, o quadro de saúde de Ariely
ainda inspira cuidados devido à idade da menina. Com a cirurgia dela, a unidade
contabiliza cinco transplantes cardíacos pediátricos somente em 2016. No ano
passado, foram realizados apenas dois procedimentos do mesmo tipo. O total faz
parte dos 29 transplantes de coração já realizados pelo Hospital de Messejana,
até a última quinta-feira (17).
Diário do Nordeste


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