sábado, outubro 29, 2016
CONSUMIDOR DO CE PAGARÁ MAIS POR ENERGIA ELÉTRICA A PARTIR DE NOVEMBRO
Os clientes da Companhia Energética do Ceará (Coelce) vão voltar a
pagar taxa extra das bandeiras tarifárias a partir do mês de novembro. A
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (28)
que a partir de 1º de novembro passa a vigorar a bandeira de cor amarela, o que
representa cobrança extra de R$ 1,50 para cada 100 kWh de energia consumidos.
A cobrança da taxa havia sido suspensa em abril deste ano, quando
passou para a cor verde pela primeira vez desde que o sistema entrou vem vigor,
em janeiro de 2015. A bandeira permaneceu verde até outubro, ou seja, por 7
meses.
Em nota, a Aneel jusficou a mudança alegando que "a condição
hidrológica está menos favorável" no país. Isso significa que a falta de
chuvas levou à redução no armazenamento de água nos reservatórios das
hidrelétricas e, como consequência, foi necessário acionar um número maior de térmicas
(usinas que produzem eletricidade por meio da queima de combustíveis) para
atender à demanda por energia no país.
O sistema das bandeiras tarifárias foi criado justamente para
arrecadar recursos que vão cobrir o custo extra com o uso de termelétricas.
Isso é necessário porque elas geram energia mais cara que as hidrelétricas. As
primeiras a ser acionadas são as termelétricas com custo de produção mais
baixo. Conforme aumenta a necessidade, o governo determina o funcionamento das
mais caras.
As bandeiras acompanham essa evolução. Quando há pouca ou nenhuma
necessidade de geração por termelétricas, a bandeira fica verde e não há
cobrança extra. Se essa necessidade aumenta um pouco, a bandeira fica amarela e
passa a ser cobrado dos consumidores R$ 1,50 para cada 100 kWh consumidos.
Quando o custo com o uso dessas usinas sobe muito, a bandeira fica
na cor vermelha, que tem dois patamares, e há uma cobrança extra nas contas de
luz de R$ 3 ou R$ 4,50 para cada 100 kWh usados.
Apesar de representar uma aumento imediato nas contas de luz, a
cobrança da bandeira é vantajosa para os consumidores. A outra solução para
cobrir esse custo extra seria que as distribuidoras pagassem num primeiro
momento, mas elas depois teriam que ser compensadas com reajustes maiores nas
tarifas, inclusive com cobrança de juros.
Desde abril, quando o governo decidiu retirar a cobrança da
bandeira tarifária, o nível de armazenamento dos reservatórios de hidrelétricas
do Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por cerca de 70% da capacidade de
geração do país, caiu de 57,5% para 35,05% em 27 de outubro.
A queda no armazenamento é normal neste período, mais seco nas duas
regiões. Entretanto, essas hidrelétricas já vinham sofrendo com a falta de
chuvas registrada desde 2012 e que chegou a gerar preocupações quanto a um
possível novo racionamento.
Como armazenamento de água está abaixo do normal, o acionamento das
térmicas serve também para poupar água das hidrelétricas até que chuvas mais
intensas nas duas regiões, que normalmente ocorrem a partir de novembro -
voltem a encher os reservatórios.
Do G1 CE
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