
De acordo com os dados da CNT, problemas relacionados à geometria
da via (categoria que analisa, dentre outros pontos, a presença de pontes e
viadutos, curvas perigosas e acostamentos) atingiram grande parte da extensão
total avaliada, precisamente 85,9%. Tal percentual da malha viária foi
considerado regular, ruim ou péssima.
Já em relação às condições de pavimento, 58,1% da malha viária
recebeu uma das três piores classificações. Segundo a pesquisa, as falhas
envolvem, principalmente, a qualidade da superfície do pavimento. Cerca de
65,8% dos trechos monitorados no Ceará estão com asfalto desgastado; 9% com
trincas ou remendos; 3,2% com afundamentos, ondulações ou buracos; e 0,6% se
encontram totalmente destruídos.
Dentre os itens avaliados, a sinalização obteve o desempenho mais
satisfatório nas rodovias do Estado. Ao todo, 45,8% das estradas apresentam
situação regular, ruim ou péssima. Nas rodovias, 96,5% da extensão possui
placas visíveis e 90,9% legíveis. Já a pintura das faixas centrais e laterais são
visíveis em 71,3% e 67,4% da malha viária, respectivamente.
Segundo o relatório da CNT, o quadro é mais agravante nas rodovias
estaduais. O percentual de trechos nas CEs considerados regulares, ruins ou
péssimos chega a 92,7%. Apenas 7,3% foram classificados como bons ou ótimos.
Nas rodovias federais, 50% da extensão pesquisada obteve resultados
insatisfatórios e 50% apresentou condições adequadas.
Verbas
Para a engenheira Verônica Castelo-Branco, professora do
Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará
(UFC), as deficiências são resultado da falta de investimentos planejados no
setor. De acordo com os dados da CNT, as verbas utilizadas na recuperação do
pavimento e na conservação de rodovias neste ano totalizaram aproximadamente R$
2 bilhões. No Nordeste, estados como Alagoas e Paraíba, que registraram
investimentos inferiores aos do Ceará, tiveram melhor desempenho na avaliação
da Confederação.
"Obras em rodovias exigem volume elevado de recursos e
precisam de uma gestão, pelo menos, de médio e longo prazo", destaca a
professora. "Elas precisam ser revisitadas para serem restauradas ou
mantidas. Se não gerenciam essas obras, elas correm risco de se deteriorar mais
rápido ou de deixarem de usar a capacidade que poderiam", acrescenta.
A assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Rodovias (DER)
informou ao Diário do Nordeste que técnicos do órgão estão analisando os dados
da pesquisa e devem se pronunciar somente nesta quinta-feira (27). Já a
assessoria de comunicação da Superintendência Estadual do Departamento Nacional
de Estrutura de Transportes (Dnit) não atendeu a telefonemas e nem respondeu ao
e-mail enviados pela reportagem.
Vias do nordeste
Regulares, ruins ou péssimas
1º Rio Grande do Norte: 79,6%
2º Sergipe: 66,9%
3º Piauí: 65,3%
4º Ceará: 64,4%
5º Bahia: 63,4%
6º Maranhão: 62,2%
7º Pernambuco: 57,9%
8º Paraíba: 56%
9º Alagoas: 42,5%
Fonte: Diário do Nordeste
Deixe Seu Comentário é Muito Importante para Nós