
Primeira grande obra hídrica do País e cartão-postal de
Quixadá, o Cedro está inserido na Bacia do Banabuiú. Segundo o gerente regional
da Bacia, Luís César Pimentel, a situação é a pior dos últimos 15 anos.
"Nós tivemos, em 2001, uma situação parecida com a que estamos vivenciando
agora. Depois, em 2007 e 2008, também foi um período ruim, embora não tanto,
mas logo em seguida as chuvas mudaram o cenário", disse. Luis César
ressalta que o reservatório ainda chegou a tomar água neste ano, mas o volume
foi insignificante. Em 1º de janeiro, contava com 0,55% de sua capacidade.
Desde 2008 o Cedro já não abastece a cidade de Quixadá.
Atualmente, a água que chega às casas vem de um outro açude do Município, o
Pedra Branca. O restante da água do Cedro ainda é retirado por caminhões-pipa,
com supervisão da Cogerh, para o abastecimento animal e na agricultura, além de
ainda permitir um cenário de paisagem ao local histórico, responsável por
atrair turistas.

Conforme Walt Disney Paulino, responsável pelo
monitoramento diário dos açudes, o cenário atual pode ser um dos piores.
"É um período mais crítico o de agora porque, depois de cinco anos de
precipitação abaixo da média, essa situação é naturalmente complica",
pondera.
Em meio a reservatórios que só secam e não registram
aportes, saber como continuar garantindo água virou uma questão preocupante.
Desde o fim de junho último, a Cogerh já realizou cerca sete reuniões para
definir questões como alocação negociada de águas. Os encontros aconteceram em
Crateús, Alto Santo, Itapajé, Miraíma, Irauçuba, Trairi e Iracema. O órgão
também tem discutido soluções nas cidades em que os reservatórios já não são
mais suficientes para atender a demanda do abastecimento humano.
No próximo dia 3 de agosto, a Cogerh deve realizar reunião
em Quixadá, com o Comitê da Bacia do Banabuiú, para decidir sobre a liberação
de água do Açude Arrojado Lisboa (Banabuiú), terceiro maior do Ceará que está
com 0,75% de sua capacidade.
Protagonista
Pescador mostra preocupação e esperança
José Erberto Lima Silva, 57, conta que é pescador desde
quando nasceu e fala que essas é uma das situações mais difíceis que já viu no
Cedro. Ainda assim diz que tem a esperança de que as coisas vão melhorar. Ele
afirma que teve outros anos que ele secou, mas esse é um dos piores mesmo, que
está difícil pescar e que quem tira a vida disso está numa situação complicada.
Diário do Nordeste
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