Familiares e amigos do jovem apontam excessos por parte de
policiais.
Pai do garoto detido em Itatira fala em buscar direitos da
criança e do adolescente (Foto: Facebook/Reprodução)
Um adolescente de 17 anos foi detido ao criticar policiais
de Itatira, no interior do Ceará, e levado a prestar depoimento na delegacia.
De acordo com a Promotoria Pública da cidade, o garoto fez um
"desabafo" no Facebook citando aumento no número de assaltos no
município e "inoperância" dos policiais para conter o avanço da
violência.
Ainda de acordo com a promotoria, a mensagem foi publicada
na rede social na quarta-feira (22) e apagada em seguida. Na quinta-feira (23),
os policiais foram à residência do adolescente, que foi conduzido à Delegacia
Regional de Canindé, cidade vizinha, acompanhado do Conselho Tutelar.
Segundo a Polícia Civil de Canindé, o garoto prestou depoimento
por cerca de duas horas à delegada Giselle Martins e foi registrado um termo
circunstanciado de ocorrência por desacato.
"Ele postou um desabafo indignado com assaltos e disse
que os policiais não fazem nada e acabam é ajudando os bandidos. Por ser uma
infração de menor potencialidade, não faz sentido deter o adolescente",
explica o policial Nilton Araújo.
O caso será encaminhado à Justiça. Se o juiz entender que
houve infração, o adolescente pode ser obrigado a prestar serviços em
repartições públicas ou garantir o repasse de cestas básicas.
Repercussão
Após ser detido, o adolescente voltou a usar a rede social
para criticar o que considerou excesso por parte dos policiais. "Viva a
ditadura, onde você não tem direito a se expressar!", comentou.
Familiares e amigos do garoto também comentaram em defesa
do adolescente. Só direi a verdade, o que foi feito com meu filho hoje não irá
ficar assim. Pois irei atrás dos direitos da criança e do adolescente, custe o
que custar, mas mexeram com quem não deveria mexer", disse o pai do
garoto, Rinaldo Cunha.
A mensagem do menino detido foi compartilhada por outras
pessoas na rede social com mensagens críticas à atuação da polícia. A Polícia
Civil de Canindé defende que os policiais atuaram em cumprimento de indícios de
uma infração por desacato.
Fonte G1ce
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