A refinaria
da Petrobras Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão (SP), segue operando com
capacidade reduzida desde o final do ano passado devido a problemas operacionais,
com reflexo no abastecimento de gasolina em diferentes Estados do Nordeste
desde o fim de 2015.
Segundo uma
fonte do setor de combustíveis, há registros de falta de gasolina na Paraíba,
desde o Natal, devido à redução da produção da refinaria de Cubatão, com
capacidade para processar 178 mil barris de petróleo por dia e que responde por
8 por cento da produção nacional de derivados.
Além da
Paraíba, Pernambuco e Ceará também sofreram com desabastecimento.
“A situação
melhorou em Pernambuco e Ceará e não esperamos mais problemas nestes Estados.
Na Paraíba, ainda a situação é de atenção porque o próximo navio tem previsão
para sábado e até lá as distribuidoras estão tentando deslocar volumes de Suape
(PE) e Guamaré (RN) para reduzir os efeitos de mais um atraso”, afirmou a
fonte, na condição de anonimato.
PARAÍBA
Nessa
quarta-feira (6), o governo da Paraíba informou em nota que autoridades do
Estado se reuniriam nesta tarde com o diretor de Abastecimento da Petrobras,
Jorge Celestino, e representantes da estatal para discutir o problema causado
pelo desabastecimento de combustível no Estado.
A maior
parte dos produtos da RPBC são destinados à capital paulista, mas uma parcela é
direcionada para Baixada Santista e regiões Norte, Nordeste e Sul, segundo
dados da Petrobras.
Procurada
nesta quarta-feira, a estatal não comentou a informação imediatamente. A ANP,
órgão regulador do setor, também não comentou o assunto imediatamente.
A assessoria
de imprensa do sindicato das distribuidoras de combustíveis (Sindicom) disse
que a expectativa é de que as entregas de combustíveis na Paraíba sejam
normalizadas na segunda-feira (11). Entretanto, não informou os motivos para a
escassez.
PROBLEMA
A RPBC
passou por uma manutenção periódica entre outubro e novembro, quando ocorreu
uma greve dos petroleiros, e ainda não conseguiu retomar plenamente suas
atividades por problemas operacionais, disse nesta quarta-feira o diretor
Sindipetro Litoral Paulista (Sindipetro-LP) Marcelo Juvenal.
Na semana
passada, a Reuters noticiou que um atraso na partida de uma unidade da RPBC
após a manutenção e o aumento da demanda por combustíveis acima do esperado
causaram escassez de gasolina no Nordeste do país, segundo uma fonte da
Petrobras com conhecimento direto do assunto.
Na ocasião,
a Petrobras confirmou que houve atrasos nas entregas de gasolina em alguns
locais de Pernambuco e Paraíba, em virtude de demora na atracação de navios de
cabotagem. Mas não esclareceu se o motivo seria o atraso na RPBC.
No entanto,
o diretor do Sindipetro-LP afirmou que a refinaria está passando atualmente por
problemas operacionais que vão além do atraso na retomada da unidade.
Atualmente,
a torre de fracionamento principal, que produz nafta, gasolina e diesel,
enfrenta problemas, disse ele.
Isso porque,
segundo o sindicalista, a Petrobras teria decidido realizar os serviços de
manutenção com equipes terceirizadas mesmo com a refinaria em greve e sem a
presença de funcionários.
Além da
torre de fracionamento principal, outras unidades e equipamentos da RPBC também
teriam passado por problemas operacionais ao longo último mês até agora,
segundo Juvenal.
“A parada de
manutenção foi feita sem o devido acompanhamento (dos funcionários)”, disse
Juvenal.
Com
informações da Folha de São Paulo.
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