Com a
aproximação das eleições de 2016, o que normalmente estaria acontecendo neste
final de ano seriam obras sendo executadas a pleno vapor e perspectivas de
inaugurações para os próximos meses. Porém a situação não está anda boa para os
prefeitos brasileiros em virtude da crise econômica que atingiu inclusive as
grandes cidades, que em tese, seriam menos vulneráveis. O pouco dinheiro que
sobra tem o destino certo: despesas obrigatórias como a folha salarial.
Segundo
levantamento feito pelo O Globo neste domingo, 27, a queda de investimentos
chegou a 90% e algumas capitais admitem que devam fechar o ano com déficit. Com
base em relatórios entregues pelos prefeitos das capitais ao Tesouro Nacional
no início deste mês, a publicação revela que 14 das 22 prefeituras que
apresentaram seus balancetes fiscais investiram menos este ano do que em 2014.
As maiores quedas ocorreram em Natal (89,8%), Curitiba (63,7%) e Vitória
(46,4%). Em Fortaleza foram investidos R$ 296,09 milhões em 2014, enquanto que
neste ano o investimento foi de R$ 207,31 milhões, redução de 29,98%. A
prefeitura do Rio é exceção e está no grupo das que ampliaram o ritmo, apesar
do cenário econômico, graças à Rio-2016.
Ao longo do
ano, os municípios viram seus caixas ficarem desequilibrados por causa da crise
econômica. O resultado prático dessa situação tem sido atraso de salários,
adiamento de pagamento a fornecedores e paralisação de obras.
Principal
fonte de recurso das cidades menores, o Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) caiu 4,7% em valores reais entre 2014 e 2015, segundo a CNM. Em
contrapartida, o custeio aumentou: gastos com salários e contas como a de
energia elétrica, por exemplo. A queda do FPM está diretamente ligada à
desaceleração da economia.
Com os
municípios do Ceará, o que tem acontecido é a queda na qualidade do serviço
público, de acordo com o consultor econômico da Associação dos Municípios do
Estado do Ceará (Aprece), Irineu de Carvalho. Segundo ele a perspectiva é ainda
pior para 2016, já que as previsões na economia são desfavoráveis. “Num
primeiro momento, o prefeito reduz o custeio, depois o investimento. Mas chega
um momento que não tem muito mais o que fazer, e aí vai ter que começar a
reduzir serviços”, afirma Carvalho.
ceara agora



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