Por Bruno
Rizzato
Du Hong, uma
escritora de ficção científica chinesa, decidiu ser a pioneira na prática da
criogenia, ou seja, a técnica de preservação do corpo por nitrogênio,
congelando a pessoa, podendo, supostamente, preservar todo o funcionamento dos
órgãos para acordá-la no futuro.
Com um
grande investimento, Hong sempre teve o objetivo de, após sua morte, ter seu
cérebro congelado. Ela acredita que, no futuro, poderá ser ressuscitada pela
ciência avançada. Obviamente, esta é uma realidade distante da ciência atual e
jamais foi realizado um experimento parecido. Outro grande empecilho é o valor
que deve ser investido no processo de criogenia. Du Hong pagou cerca de 475 mil
reais, antes de morrer, para a prática.
Em maio
deste ano, a chinesa faleceu, aos 61 anos, vítima de um câncer no pâncreas.
Conforme seu desejo e seu alto investimento, seu cérebro foi retirado de seu
corpo e conservado em nitrogênio a temperaturas de -196 ºC. Por enquanto, é
apenas isto que pode ser feito por Hong.
A criogenia
é utilizada, atualmente, para preservar corpos e partes do corpo humano, seja
para estudo ou para implantes. O ato de “trazer algo a vida novamente” está,
atualmente, muito além da capacidade humana. “Se ainda temos dificuldades com
transplantes de órgãos em relação à conservação, o que falar sobre reviver uma
pessoa?”, questionou Zheng Congyi, professor da Universidade de Wuhan.
O caso de Du
Hong ainda esbarra em uma questão ética delicada, já que apenas seu cérebro foi
congelado, e não o resto de seu corpo. Caso o processo possa ser realizado, um
dia, seria necessário implantar seu cérebro em outro corpo.
Outra grande
preocupação, caso o método funcione no futuro, são as consequências sociais que
poderiam implicar. Pessoas ricas, por exemplo, poderiam comprar a vida de
pessoas pobres. Mas, segundo Lu Chen, enteada de Hong, o maior objetivo da
escritora era poder contribuir com a pesquisa científica, dando a oportunidade
de cientistas tornarem algo teorizado em realidade.
congelar cerebro 1
Lu Chen disse
que Du Hong tinha o sonho de saber como seria a humanidade daqui a 50 anos, com
ela vivendo uma outra vida, após anos ‘congelada’. Mas o cérebro, realmente,
pode não resistir a tanto tempo de inatividade. O cérebro humano possui 86
bilhões de neurônios, e não bastaria reativar um órgão após o congelamento, e
sim, fazer com que estas bilhões de células neurais voltem a funcionar tão bem
quanto antes.
Fonte: SCMP
Fotos: Reprodução / SCMP




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