quinta-feira, dezembro 14, 2017
CASTANHÃO ATINGE 2,94% DO SEU VOLUME TOTAL
O Açude Castanhão, o maior do Ceará, está com volume abaixo de 3%,
pela primeira vez desde quando foi concluído, em 2003. Ontem, acumulava 2,94%,
ou seja, 196 milhões de m³. Apesar da reduzida quantidade, a barragem vai
continuar liberando, por gravidade, 5,2 m³/s pela válvula dispersora para
atender demandas da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e das cidades do
Baixo Jaguaribe até o fim deste mês.
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) chegou a
colocar, ontem, no Portal Hidrológico, que o reservatório teria atingido o
volume morto (reserva de água mais profunda, abaixo da tomada de água por
gravidade). Outros 50 reservatórios permanecem nessa situação e 21 estão secos.
Por meio de nota, o órgão informou que não há previsão de
bombeamento imediato e que, se a liberação de água por gravidade for
interrompida, outras soluções de abastecimento das cidades do Vale do Baixo
Jaguaribe estão sendo estudadas para evitar o desabastecimento dos moradores.
A previsão da Cogerh é que a interrupção da liberação de água por
gravidade não ocorra antes da próxima quadra chuvosa (fevereiro a maio). Por
nota, o órgão reforça: "é necessário aguardar o comportamento das chuvas
de 2018 para a adoção de quaisquer medidas".
Para o coordenador do Complexo do Castanhão, que é administrado pelo
Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), Fernando Pimentel, a
situação é cada dia mais grave. "Por dia, o açude perde de 3 a 4
centímetros em sua coluna de água", frisou. "São liberados
diariamente um milhão de m³".
Polêmica
Há uma polêmica entre o Dnocs e a Cogerh sobre o volume morto do
Castanhão. Os dois órgãos apresentam dados divergentes. Para o Dnocs, a ficha
técnica aponta a cota 71, que foi alcançada em 29 de outubro passado, para
início do volume morto, indo até a cota 51. Já a Cogerh entende que o
reservatório atinge o volume morto quando a água chegar abaixo da tomada de
água (tubulação de 3m de diâmetro).
Fernando Pimentel voltou a afirmar: "Segundo a ficha técnica,
o Castanhão tem um volume morto de 250 milhões de m³ e, se na cota atual
acumula 196 milhões de m³, já há tempo está no volume morto". Segundo
dados do Dnocs, ainda haveria cerca de 7m de coluna de água até se esgotar a
reserva mais profunda da barragem. Há um ano, acumulava 5,3%, ou seja, 350 milhões
de m³. No fim de 2017, o reservatório recebeu transferência de água do Açude
Orós, o segundo maior do Estado, que atualmente está com 6,5% (126 milhões de
m³).
Chuvas
Não houve praticamente recarga de água na quadra chuvosa deste ano.
As esperanças estão mais uma vez adiada para 2018. "Ainda é cedo para uma
previsão do próximo período chuvoso", reafirma o meteorologista da
Funceme, Raul Fritz. "Somente em meados de janeiro próximo teremos uma
melhor análise".
Fritz explicou que, no Oceano Pacífico Equatorial, desde outubro
passado, começou o fenômeno La Niña, esfriamento das águas superficiais.
"O La Niña ainda está fraco, mas deve chegar a moderado e persistir até
meados de março de 2018", observou. "Mas é bom que se diga que, por
si só, o La Niña não garante chuvas e é preciso que o Oceano Atlântico
Equatorial dê a sua contribuição".
A contribuição é o aquecimento das águas superficiais do Atlântico
Equatorial para atrair a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), uma extensa
massa de nuvens, que é o principal sistema causador de chuvas no Ceará de
fevereiro e maio. "Em 2012, tivemos La Ninã e foi um ano seco. O Oceano
Atlântico tem uma dinâmica, uma mudança de temperatura muito rápida, que traz
dificuldades para as previsões a longo prazo", disse.
Até 31 de dezembro o Castanhão vai continuar operando com 5,2 m³/s.
A preocupação de lideranças locais do médio e baixo Jaguaribe é a partir de
fevereiro, caso não ocorra chuvas para reduzir o risco de colapso.
Fonte: Diário do Nordeste
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