
Em meio a essa situação, o apicultor e marido de Tina, João Naldo,
iniciou uma pesquisa pela internet para conhecer os benefícios do veneno da
abelha. Segundo ele, a substância do inseto é um dos melhores
anti-inflamatórios do mundo, e então ele percebeu que a apiterapia, tratamento
que utiliza picadas de abelhas, poderia ser uma alternativa.
Até o momento, Tina Oliveira fez somente duas sessões e já sente as
melhorias. O veneno é aplicado por Naldo nas regiões em que a manicure sente
mais dores.
“A primeira sessão, que aconteceu no dia 14 de agosto, começou com
12 picadas. O inchaço diminuiu muito e não estou mais sentindo tanta dor como
sentia antes. Ele aplicou no joelho e no pé”, relatou a manicure. A paciente
ainda vai fazer mais duas sessões com um número médio de 12 picadas.
Segundo Tina, nas regiões onde são aplicadas o veneno da abelha,
fica vermelho e pouco inchado. Além disso, relata que sofre uma sensação de
febre durante as sessões.
“A temperatura baixa um pouco e fico sentindo um calafrio, mas não
é uma febre”, detalhou os efeitos da sessão. Antes, as mãos, joelhos e pés eram
os locais em que mais sentia dores. Por conta dos sintomas, Tina não podia
fazer atividades comuns do dia a dia como vestir uma roupa, por exemplo.
Apesar do avanço clínico de Tina, o infectologista e mestre em
Doenças Tropicais Rômulo Sabóia não recomenda o tratamento com base em picadas
de abelha para quem sofre com as dores da chikungunya. Segundo ele, a
apiterapia não tem comprovação científica para a chikungunya.
“Pode existir relatos isolados, mas a medicina não pode se basear
nesse tipo de informação. É preciso ter comprovação científica”, ressalta.
O médico informa que os pacientes devem buscar os tratamentos
convencionais a base de anti-inflamatórios não hormonais. Caso o
anti-inflamatório não tenha o efeito esperado, deve-se recorrer aos corticoides.
Tribuna do Ceará
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