sábado, novembro 12, 2016
Empresa de formatura dá golpe milionário em universitários
Dezenas de estudantes universitários que firmaram contrato com a
'Realize Assessoria em Eventos' registraram queixa na Delegacia de Defraudações
e Falsificações (DDF) contra a empresa dizendo que foram enganados. Pelo menos
28 turmas sinalizaram estar na mesma situação. A Polícia estima que o golpe
dado pela firma seja de cerca de um milhão de reais.
Conforme os estudantes, a empresa estava contratada para realizar
bailes de formatura e ensaios fotográficos, mas na última terça-feira (8)
enviou um e-mail comunicando aos formandos que não cumpriria os contratos.
"Infelizmente e tristemente viemos aqui para informar a todos os nossos
clientes que a partir desta data a empresa Realize Assessoria finaliza suas
atividades e as nossas portas serão fechadas. Lamentavelmente não temos mais
como honrar com a execução de eventos em curso. Pedimos humildes desculpas a
todos os formandos", diz o texto.
Ainda incrédulo com a notícia, o formando em Ciências Contábeis
Davi Maia afirmou que a festa de sua turma estava orçada em mais de R$ 80 mil e
metade do dinheiro já havia sido repassado à empresa. "É uma situação
muito difícil. Todo mundo estava pagando à Realize com sacrifício. Não dá para
acreditar que não vai ter a festa", lamentou.
Culpa
Já a estudante de Publicidade e Propaganda Taynara Pessoa afirmou que
o baile de sua turma estava orçado em R$ 60 mil, dos quais R$ 53 foram pagos.
"Já vínhamos tendo problemas. Para que eles pagassem a reserva da data no
bufê já foi preciso cobrar muito, mas nunca achamos que fosse terminar assim.
Colocaram a culpa na situação financeira do País e comprometeram o momento mais
importante da vida de tanta gente".
O delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, disse que a
Polícia tentará remeter o inquérito à Justiça, antes do prazo legal de 30 dias.
Segundo Linhares, os sócios Juliana Rodrigues Queiroz e Deoclézio Carvalho
Costa serão investigados pelo crime de estelionato.
"A DDF trata a situação como um golpe. Para mim não interessa
qualquer especulação sobre falência, até porque eu não tenho nenhum documento
que comprove isso. Todos os indícios que temos são de estelionato".
Jaime Paula Pessoa ressaltou que é preciso ficar atento com esse
tipo de contrato. "São contratos de risco, porque são realizados para
serem cumpridos quatro, cinco anos depois. No momento em que são feitos não há
como avaliar se a empresa terá lastro financeiro para cumpri-lo se houver um
percalço no caminho. Neste caso, os estudantes estavam depositando o dinheiro
em uma conta pessoal, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. Se a empresa
não tem, sequer, uma conta bancária, desconfiem", alertou.
O delegado afirma que além do prejuízo financeiro, fica também o
emocional. "Pode até ser que consigam o ressarcimento do dinheiro se
moverem uma ação cível, mas há um prejuízo impagável que é o afetivo. Um sonho
se perdeu e ninguém pode compensar isso. Os sócios não são só suspeitos de
estelionato, são ladrões de sonhos", declarou o delegado. Os sócios da
empresa não foram localizados.
Diário do Nordeste
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